Diga meu nome!

Terminei de assistir Breaking Bad e soube finalmente do fim do Sr. White.

Penso que depois de 8 anos, vale dizer que Walter White é o caro da química?


Reagentes, combustão, ação e reação. Tudo que é sólido nem sempre derrete, mas todo líquido pode se tornar um sólido. Transformação é uma palavra que define!

A série possui uma qualidade cinematográfica, e isso se percebe na transformação psicológica usada na paleta de cores usada ao longo das temporadas, aliada ao roteiro muito bem escrito por Vince Gillian.

A opção da escolha é uma possibilidade. Inclusive são palavras sinônimas. O enredo da série traz uma discussão dicotômica, entre o que é o certo a ser feito e o que é o correto.

E para criar uma sequência de possibilidades de consistência ao longo de cinco temporadas, Walter White vai sucessivamente transgredindo sua persona sã, quebrando todas as suas regras comportamentais bem equilibradas, trocando a razão pela emoção de viver situações extremas.

Todas as suas escolhas em busca de seu egoísmo, desequilibra todo o quadro.

Não é fácil alguém receber a notícia de um câncer em seus recém cinquenta anos! E a série brilha ao decidir mostrar a pior maneira para resolver este quadro, antes do pior acontecer.

Tudo o que disse são palavras, o interessante de uma série como Breaking Bad não é a culminância que as coisas terão, mas a trajetória do herói (herói!?) ao longo de sua transformação.

No limite da tensão psicológica, a série finaliza marcada pelo caos.

Se afastando um pouco do enredo e vendo do ponto de vista da produção, os elementos visuais e a paleta de cores da produção foram cuidadosamente colocadas. Nesta mistura de Scarface com Professor Aloprado (exagerando muito no escárnio da referência), temos uma das melhores produções feitas para TV, num tempo antes do largo consumismo Netflix, onde as séries são cada vez mais bem produzidas e menores.