O QUE SÃO ATLETAS “TRANSGÊNEROS”

O tratamento hormonal não muda o DNA (continuará tendo cromossomos XY), as terapias mudarão vários aspectos fisiológicos e se questiona se essas mudanças seriam suficientes para tornar justa a competição com mulheres. A testosterona liberada durante os anos de amadurecimento promove alterações que permanecerão por longo prazo, como a estatura, proporções corporais, ângulo de penação das fibras e quantidade de células satélites.

Com isso, algumas diferenças dificilmente serão “corrigidas” em tempo e magnitudes necessárias para nivelar o desempenho. Estudo realizado por Roberts et al. (2021) com pessoas da Força Aérea mostram que 2,5 de tratamento feminilizante não mudam o peso e composição corporal. Apesar do tratamento promover progressiva redução no desempenho de flexões, abdominais e corridas, o desempenho na prova de 2.400 m permaneceu maior por pelo menos 2,5 anos. Em estudo anterior Wilk et al. (2020) verificou que, mesmo após 1 ano de tratamentos, mulheres trans eram mais musculosas e produziam mais força que mulheres. Detalhe: estes estudos foram realizados com pessoas que não eram atletas que, antes da terapia, tinham desempenho menor que homens.

O ponto de vista fisiológico haverá algumas mudanças com o tratamento, mas será que elas são suficientes? Então reflita:

– nem todo mundo nasce apto a fazer tudo que deseja (eu mesmo não tenho biotipo nem habilidade para vários esportes),

– como se sentem as mulheres em competir com os transgêneros?

– o futuro do esporte feminino se houver disseminação de transgêneros, especialmente em modalidades de combate, força e potência?

– a perspectiva muda se pensarmos em um atleta que passou por anos de treinamento tendo níveis altos de testosterona?

– por que não tem homens trans no alto nível do esporte masculino?