Cultivo de brasilidade

O ano de 2019 está culturalmente interessante no Brasil, prestando honrosas homenagens e saudando artistas e personalidades da nossa cultura que estavam sendo deixados no escuro.

A exposição de Tarsila do Amaral, que acaba de terminar a mostra no MASP (Museu de Arte de São Paulo), bateu recorde de visitação do acervo, ultrapassando os números de visitantes dos expressionistas Monet, Manet e companhia.

Tarsila vem de um momento artístico brasileiro muito singular, que é a primeira busca de uma expressão de arte brasileira, quando ela incorpora nossa fauna, flora, os arquétipos de cada região.

A mostra é interessante por apresentar, pela primeira vez, o lado social de sua obra, pouco conhecida pelo grande público. Saber que uma mostra com estas características foi recorde visitação é motivo de celebrar!

Além desta alegria, o ano foi e ainda está sendo frutífero também para a nossa Literatura, com a homenagem a Euclides da Cunha, na 17ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

As homenagens são pertinentes ao escritor, já que ele é um dos mais representativos nomes do jornalismo investigativo e pioneiro no jornalismo literário no Brasil.

Além da euclidiana homenagem, o tradicional festival literário também contou com uma programação super badalada e extremamente contagiante para os amantes das leituras, que destaco as participações de Kalaf Epalanga, músico angolano da descolada banda Buraka Som Sistema e cronista dos jornais portugueses, e José Miguel Wisnik, em uma palestra sobre seu interessante novo livro: “Maquinação do mundo: Drummond e a mineração”, sobre a relação entre seu poema “Maquinação do Mundo”, com a mineração no Brasil.

Com todas estas mostras, palestras e exibições, exalando estes grandes ares de arte brasileira, cheio de ufanismo, meio Macunaíma meio Papa Capim. Enfim, um sentimento de pertencimento, neste planeta contaminado pela cultura de iPhone!

Cultivar o que há de bom no Brasil é tudo de bom! Viva nosso Brasil-Tupi!