Filosofia de Vida

Um homem sentou no banco de uma praça ao lado de um senhor e puxou um livro de sua bolsa, e tal qual o senhor, começou a ler. O homem ficou curioso em saber o que aquele senhor estaria lendo. Olhou para o livro, mas não conseguiu ler o título. O senhor, vendo que o homem se interessara por sua leitura, disse:

– Olá, do que se trata o livro que você está lendo?

– Ah, é um livro que fala sobre a arte de viver; sobre como conseguir prosperidade, saúde, bons relacionamentos, é um livro de autoajuda…

– Muito bom, respondeu o senhor. O meu é sobre a arte de se assumir.

– A arte de se assumir? Como assim?

– Sim, essa arte é algo que falta em muitos livros que são vendidos hoje em dia. Em sua maioria, os livros atuais ensinam as pessoas a deixarem de lado seus defeitos, limites, tristezas e vazio, e viver a vida, buscando a prosperidade, o prazer, a alegria. Esse livro trata a vida de uma forma um pouco diferente. Ele ensina cada pessoa a não rejeitar aquilo que realmente é; ao contrário: ensina cada pessoa possuir uma posição radical de assumir a si mesma. Ou seja, sou imperfeito sim, e daí? Inseguro sim, e daí? Carente sim, e daí? Desde que meus defeitos não prejudiquem outras pessoas, não vou ficar me cobrando ou me punindo por algo que eu não sou ou que ainda não consegui ser. Esse livro ensina talvez uma das mais preciosas lições da vida: o “aceitar a si mesmo”. Aceitar como somos, e não ficar lutando eternamente para nos tornarmos algo que concebemos como a maneira ideal de ser. Quando identificamos nossos limites e os aceitamos de bom grado, se torna muito mais simples transpor esses mesmos limites. Mas aqueles que ficam fugindo a vida inteira dos seus limites sequer podem conhecê-los, e por isso tem muito menos chance de superar ou transpor algo que não conhecemos.

(Hugo Lapa)