Barragens de rejeitos preocupam autoridades em Minas Gerais

Somente depois da tragédia de Brumadinho a população se deu conta do grande problema ambiental e do risco que é uma barragem de contenção de resíduos de mineração. Após o acidente se iniciou uma série de discussões no Sul de Minas Gerais abrangendo até a região de São João da Boa Vista, na qual o foco do assunto era a segurança nas diversas barragens existentes nas cidades de Caldas e Poços de Caldas.

As barragens mais preocupantes se encontram na cidade de Caldas, onde estão duas minas desativadas que contêm milhares de toneladas de materiais radioativos. A mina operou de 1982 a 1995, na extração de urânio, e foi desativada com o argumento de não ser economicamente viável. Apesar de estar desativada, a cava da mina contém lama com resíduos radioativos, além de uma fábrica de beneficiamento desativada, equipamentos e, claro, a barragem que está até hoje contendo rejeitos de urânio, tório e rádio.

Uma vistoria realizada no mês de novembro do ano passado pelos técnicos da UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), constatou que há riscos de rompimento na barragem devido a processos de erosões internas. Os técnicos constataram também que o sistema extravasor da barragem, no qual se encontra uma parte dos rejeitos, apresenta-se comprometido e com infiltração, aumentando o risco de ruptura da barragem.

O MPF (Ministério Público Federal) já recomendou à INB (Indústrias Nucleares Brasil) e também à CNEN (Comissão Nacional de Energia Nuclear) que adotem medidas para a implantação do Plano de Ação Emergencial de Barragens. O prazo para implantação do plano Emergencial de Barragens na cidade de Caldas é até o dia 30 de março.