A nossa Faculdade

Dificilmente as pessoas mais novas têm como avaliar os obstáculos superados para a consecução de objetivos, hoje na aparência de menor importância.

Quando se cogitou da criação de nossa primeira escola superior, a cidade toda se mobilizou e se formou uma Comissão que cuidasse de toda ordem de providências necessárias ao bom êxito da iniciativa.

Tive o prazer de integrar essa Comissão pioneira, na condição de representante do Executivo Municipal, indicado pelo prefeito Lupércio Torres. Participei de toda a luta levada a bom êxito por um grupo de abnegados, em que se destacava a vontade férrea e a disponibilidade do Dr. João da Silva Rocha.

Ao longo de muitos anos, servi à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do melhor modo que pude – como professor de Teoria da Literatura e de Prática de Ensino, no Curso de Letras; como fundador da cadeira de Estudos Euclidianos, no Curso de História; como chefe do Departamento de Letras; como vice-diretor na interrompida gestão do Prof. Hersílio Ângelo.

Às vésperas do término de uma longa intervenção federal, fui convidado pelo Dr. Raphael Lia Rolfsen, interventor, a me candidatar à sua direção. Integrei a lista sêxtupla dos nomes  de docentes que seriam submetidos à apreciação do prefeito Lupércio Torres, em seu segundo mandato. Fui o escolhido. Exerci a direção da FFCL por menos de um ano, porque a Comissão Estadual de Acumulação de Cargos  entendeu que, como professor do Instituto de Educação Euclides da Cunha, eu não podia cumulativamente ser diretor de autarquia municipal.

Aposentado no ensino estadual, pude exercer dois mandatos de diretor, nos quadriênios  1989-1992  e 1997-2000, em ambos os casos eleito pela Congregação e  escolhido pelo prefeito Richard Celso Amato. Foram anos muito produtivos, com a escola expandindo seus cursos,  ampliando suas instalações e conseguindo sua desejável autossuficiência financeira. Guardo desse proveitoso tempo as melhores lembranças, especialmente por me sentir em boa sintonia com os alunos, com os funcionários, com o corpo docente e com a administração municipal. Tenho ainda comigo documento comprobatório de que, a 31 de dezembro de 2000 (término de meu último mandato), a Faculdade não tinha dívidas, e contava com mais de setecentos mil reais em caixa. Bons tempos, com menos concorrência e inadimplência baixa.

Voltei à docência em 2001 e só não prossegui lecionando por mais tempo por haver atingido, no início de 2002, setenta anos –  a idade-limite constitucional de permanência em atividade num órgão público.

Acompanho a distância, mas com o maior interesse, as vicissitudes por que a Faculdade tem passado nos últimos anos. Alimento a certeza  de que o poder público municipal e as forças vivas da comunidade, reconhecendo os relevantes serviços que a autarquia vem prestando à cidade e à região,  sempre cuidarão  não apenas da sobrevivência  de uma benemérita instituição de ensino, mas também da sua  expansão em  instalações próprias.

Longa vida à nossa Faculdade, motivo de justo orgulho para todos nós!