Brasileiro é assim?

Circula por aí um texto muito contundente intitulado: “O brasileiro está reclamando de quê?“ Nele vem um forte arrazoado  das aparentemente pequenas canalhices que nos caracterizariam como povo. Se, espero eu, nenhuma pessoa consegue  corresponder a  todas as  péssimas qualificações, nenhuma, contudo, se poderá julgar isenta de todas elas. Diz o escrito, entre outras coisas deprimentes:

– Comercializa objetos doados em campanhas em favor das vítimas de enchentes e secas.

– Comercializa vales-transporte e vales-refeição que recebe das empresas onde trabalha.

– Compra produtos piratas com a plena consciência de que são piratas.

– Compra recibos para abater na declaração de renda, para pagar menos imposto.

– Consegue atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.

– Da empresa onde trabalha, leva pequenas coisas, como clipes, envelopes, canetas, lápis… como  se isso não fosse furto.

– De volta do exterior, não declara na alfândega a verdade sobre o que traz na bagagem.

– Dirige veículo após consumir bebida alcoólica.

– Embora jovem e forte, finge que está dormindo e não cede seu lugar no ônibus, trem ou metrô para nenhum idoso, nem mesmo para mulher grávida.

– Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.

– Estaciona nas calçadas, muitas vezes embaixo das placas proibitivas.

– Fala ao celular enquanto dirige.

– Falsifica tudo, mesmo. Só não falsifica o que ainda não foi inventado.

– Faz “gato” de luz, de água, de TV a cabo.

– Fura fila, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.

– Joga, sem nenhum remorso,  lixo nas ruas e nas estradas.

– Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.

– Num congestionamento, trafega pela direita nos acostamentos.

– Quando encontra algum objeto perdido, quase nunca o devolve.

– Quando viaja a serviço da empresa, se o almoço custou vinte reais, pede nota fiscal de quarenta.

– Se recebe troco a mais ou se o caixa do banco lhe entrega troco errado (a mais), faz de conta que não percebeu nem uma coisa nem outra.

– Suborna ou tenta subornar quando é apanhado cometendo infração.

– Troca  voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, dentadura.

– Viola a lei do silêncio.

Atendem perfeitamente ao que o nada bobo marechal Castelo Branco percebeu:

“No Brasil,  não há direitos adquiridos, mas vícios consolidados”.

Solução? Nada à vista neste milênio.