A doença era a minha vontade doentia

Sou uma neurótica em recuperação. Ao ingressar na sala de N/A fui apresentada à Oração da Serenidade. Ao ler e ouvi-la não tive condições nem mesmo de analisá-la, tal era a gravidade da doença. Como não tinha outra opção, voltei na próxima reunião. Os depoimentos me atraíram muito e decidi que eu poderia melhorar através da ajuda daquela sala. Ao analisar a Oração da Serenidade comecei a ficar incomodada. A primeira frase eu nem pronunciava: “Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar”. Como aceitar? Aceitar tudo que Deus, como o concebo, me enviar? É muita coisa. E quando ele me enviar problemas?  Vou ter que aceitar?  Deus deveria resolver os meus problemas e não eu aceitar tudo “goela abaixo”.

E assim, falava entre os dentes o início da oração. O final conseguia pronunciar, porque dizia de coragem e isto eu acreditava que tinha. Acreditava que tudo dependia de mim. Que tudo era por minha conta. A obrigação era de Deus me ajudar. Quando as coisas vinham contra a minha vontade, nem conseguia fazer uma oração a qual eu estava acostumada. Perdia a amizade com ELE.

Fui ficando e conhecendo a programação. Fui falando muitos sins. O orgulho foi diminuindo e aceitando a minha derrota e a necessidade de algo mais. Até que um dia, em momentos de estudo em grupo, caí em mim e tomei consciência que a nossa programação era altamente espiritual. Sem a crença em um Poder Superior e de estar à sua disposição para realização de sua vontade, a doença não teria cura.

Descobri que a doença era exatamente a minha vontade. Ela é doente. A minha responsabilidade aqui, nesta passagem pela vida, é fazer a vontade DELE, por mais que a minha vontade seja contrariada.

Hoje consigo fazer a Oração da Serenidade várias vezes ao dia. Com muita serenidade. Sei que a vontade DELE é o melhor para mim. Tenho a humildade de conversar com ELE e falar: “Senhor, isto eu ainda não consigo, ajuda-me a realizar a sua vontade”, e aí vou caminhando. Sei que vou chegar lá. Basta ir praticando o programa e não deixar de me conectar com o Poder Superior. Sem ele sei que vou me perder. Não posso deixar a centelha divina apagar. Obediência a essa programação. É assim que pretendo fazer a minha passagem por aqui.

24 hs de Paz e Serenidade

Endereço das reuniões: Salão da Igreja Matriz, às 2ªs feiras, às 19h30min, terapia e 4ª s feiras, 20h, reunião de estudo.
Também temos reuniões online.
Mais informações: www.neuroticosanonimos.org.b