/A filha perdida//

Profundidade e emoção marcam a estreia de |Maggie Gyllenhaal na direção, na adaptação do romance de Elena Ferrante.

‘’A filha perdida’’ foi uma escolha acertada para sua estreia na direção, um filme que tem uma história que só poderia ser dirigido por uma mulher, para conseguir esta profundidade nestes temas tão próximos a nós.

A filha perdida do título nos leva a mais de um lugar de reflexão, e por mais segura que nossas escolhas sejam, existem ganhos e perdas

Com uma premissa simples, o filme vai construindo conosco o perfil psicológico de uma pessoa madura, que sofre com as consequências de suas escolhas.

O filme é muito mais do que uma discussão sobre maternidade, ou sobre a falta da figura que acolhe e protege seus filhos, mas é também os fantasmas dos traumas psicológicos carregados ao longo do tempo.

Minha impressão foi que mesmo Olivia Colman carregada de uma introspecção psicológica tremenda, ela se entrega ao papel, soube se colocar bem, com uma postura segura, sendo muito significativo para o andamento do longa.

A locação ajuda a dar o tom introspectivo da trama, com tons neutros, colaborando a nossa introspecção.

Finalmente um longa com cara de Oscar entre as indicações. ‘’A filha perdida’’ consegue a façanha rara de ter Literatura e Cinema, na mesma intensidade, atingirem o interlocutor, da mesma forma.