O rock morreu

Com a Indie-Rock de dois mil e dez, a Era do Rock’n’Roll se despediu.

Parece haver um cansaço em expor tudo o que se sente, trabalhando em letras, harmonias e melodias, para dizer tudo o que nos incomoda. É mais fácil reclamar no Facebook.

A calma roqueira dos fofos e coloridos emos, com suas mela-cuecas guitarras ditas ‘hard-rock’ e baterias uníssonas, querendo imitar alguma atitude punk, marcados por delineadores e lápis nos olhos no estilo gótico-glam, foi importante para demarcar que, em mais de cinco anos, não persistiria na face da Terra aquela música de atitude contra o sistema vigente.

Percebam que quando digo que o rock morreu, me refiro ao fim da provocação musical que o estilo trouxe, em atitudes musicais, junto a letras de forte presença, apelativa contra um sistema, ou para as atitudes daquelas gerações.

A atitude roqueira hoje, é muito diferente daquela que começou.

O rock não errou, se aposentou, pendurando sua Fender-Stratocaster na parede. Em meio a toda a comoção pela nova música eletrônica pop do começo dos anos 2000, como Britney Spears, Christina Aguilera, N’Sync e posteriormente, Rihanna e Lady Gaga, o Rock decidiu abrir uma conta no Facebook: Colocou a foto do Einstein de língua para fora na foto de perfil, e pediu recomendações de música: Coldplay, Simple Plan, The Calling, Nickelback, Capital Inicial, Detonautas Roque Clube.

Aconteceu o óbvio: Ele que não gostou do que viu, além de que não ouviu as recomendações, excluíndo todos que pediram sugestão de amizade.

Alguns anos depois, ficou velho, cansado e sem força. Teve uma ponta de esperança na já citada Indie Music, e teve seus últimos momentos de glória com Foo Fighters e Black Keys. Estes seriam os últimos golpes de ar do pobre Rock, que hoje encontra-se morto, empoeirado nas estantes das várias coleções de LP’s e CD’s nos sebos afora. Como o Jazz, a Disco Music e a Black Music, descansa solitário, até algum jovem, quem sabe, ter a curiosidade de ouvir aquele tal de Rock’n’Roll.