Praça Benedito Calixto

Tudo o que vejo, ouço e sinto nesta hiponga praça me faz lembrar nossa parte influenciada por aqueles que moldaram nossa personalidade.
Com seu ar de fumaça, aquela mistura típica das essências de incenso com cigarro de seus frequentadores, me leva a crer que somos todos, jeitos diferentes de ser gente, de ser humano.
Hippies, skatistas, santistas, pernambucanos e moralistas estão todos num mesmo espaço, sem sombra de preconceitos ou discriminações, por acaso se encontrando na Benedito Calixto no fim de semana, enquanto pechincham alguns badulaques.
Somente as praças conseguem estes feitos, ter tanta diversidade em um mesmo lugar.
Na Benedito Calixto, todas as tribos se juntam, formando um grande Patchwork de estilos e jeitos de ser, e este observador do urbano que vos escreve, dando uma de poeta, achou tudo divino, maravilhoso, em deslumbramento no meio deste mar de bugigangas dos mais variados estilos.
Estava sendo uma personalidade de mim que pouco se manifesta perante os outros Eus: Se achando o neo-beatnik fascinado por Allen Ginsberg e toda a contracultura da época. Só para contrariar esta minha persona e enlouquecer um pouco mais minha personalidade, encarnei minha verve intelectualóide na praça, declarando todo meu amor pelos filósofos gregos e romanos, declamando Odes das Liras de Marília de Dirceu, do arcadista Tomás Antônio Gonzaga, ampliando mais as flores da praça do que o casal de colibris de porcelana, a venda pela pechincha de R$ 5,00.
No meio da vibe desta geleia geral, precisei volver e sair pela tangente, porque meu objetivo não era a Praça, mas sim o MIS, que estava com uma mostra de Leonardo Da Vinci super bacanuda.
Preciso voltar um dia, para rever os colibris que passam bebericando os antúrios das redondezas, voltar em um dia que o azul do céu brinda o dia com a realeza do sol!
Talvez eu volte… um dia eu volto…  Mas não quero esquecê-la.