Quando a estupidez é coletiva

Olá, leitores! Semana passada conversamos sobre a estupidez individual. Foram narradas algumas passagens ridiculamente estúpidas que um único ser humano conseguiu realizar. Hoje, além de continuar contando um pouquinho mais sobre esses episódios, vamos aumentar a escala e considera-los como um fenômeno social.

Para isso, é preciso retornar ao ponto em que o grupo aprendeu a agir como tal, tendo seus desejos, seus sentimentos, sua forma e poder de agir no coletivo: a democracia! (Vejam, não estou de forma alguma criticando a democracia, mas sim grande parte do homo sapiens que faz uso dela).

Pois bem, tudo começou com a criação da agricultura. O homem percebeu que era possível plantar sementes e que elas nasceriam em quase todos os lugares planejados. Observando essa cena aparentemente harmônica, o mesmo homem descobriu que se domesticasse alguns animais teria proteína com facilidade, além de transporte e vestimentas. Quadro lindo e maravilhoso a caminho do progresso. Progresso?! Com isso, a população de macaquinhos sábios dobrou (já que podíamos fazer filhos indistintamente porque tínhamos tempo e alimentos e, além disso, seriam mais braços para trabalhar no cultivo), as guerras se tornaram mais letais e ágeis (ninguém mais lutava com seus pés porque tínhamos cavalos para a guerra. Que maravilha! – e, ainda, tinha um doido chamado Aníbal, um pouco mais adiante da linha do tempo, que se apaixonou por elefantes e os usava para combater inimigos) e as classes sociais ascenderam. Claro, um líder era necessário e, por trás dele vinham sentimentos tão dóceis quanto a ambição e o sadismo: surgiram os primeiros ditadores.

A humanidade escravizada, criou, bem antes de existir um certo macaco que marcou a vida da macacada, uma nova forma de governo em que todos os primatinhas podiam palpitar: a Democracia! Aliás, sempre nos ensinaram que a democracia nasceu por volta de 508 a.C. em Atenas, na Grécia Antiga, entretanto, um grupo de antropólogos afirma que, na verdade, ela nasceu tempos antes, na Índia.

Mas, voltando ao ponto, imaginem a cena doce: todos os miquinhos poderiam mostrar sua liderança e governar por igual. Bem, quase todos, porque os grupos de minorias não eram considerados aptos à tais façanhas: mulheres, pobres, escravos, etc., nunca votaram porque nunca iriam atingir a inteligência erudita do primata macho.

Não é preciso ser médium para adivinhar o tamanho das decisões pateticamente erradas que a massa (masculina, vale frisar) cometeu desde então, porque o estado democrático tem um ponto fraco gigantesco: ele parte do princípio de que os eleitores tomarão boas decisões e, convenhamos, essa ideia não condiz com a aptidão para decisões sábias, chegando a ser irônica.  Em 1981, por exemplo, uma cidade da Califórnia elegeu um cachorro como prefeito. Ele derrotou dois candidatos humanos durante a votação e se tonou o primeiro “homo canis/lúpus”(???) a tomar o poder. Seu “dono”, após uma noite de bebedeiras em um boteco, anunciou a candidatura do cão e a ideia foi um tremendo sucesso (não, isso não é um episódio de Simpsons). Bem, pelo menos uma coisa eles acertaram: a manchete de um jornal da época foi “Não há muita distinção entre o cérebro de pessoas e cachorros”.

Estranho? Sim, talvez, mas nada tão lamentável como os estragos que alguns seres humanos, que foram eleitos democraticamente, causaram para a humanidade. Um dos exemplos mais chocantes foi o caso de Adolf Hitler que, em 1932, foi eleito, por maioria de votos, a comandar uma nação. Até a próxima.