O Homem que caiu na Terra, Walter Tevis e o Mal Estar Pós-Guerra Expresso na Ficção Científica

Bom dia, pessoas! Para quem não me conhece, sou a Carol Ortiz e agradeço esse espaço para dividir com vocês experiências. Um breve currículo: moro em Campinas (morei em Rio Pardo muito tempo e sou apaixonada pela terra de Euclides da Cunha), trabalho, pago contas, amo animais e sou apaixonada por livros (e se algum leitor optar por experimentar pelo menos um dos que falarei aqui – e a lista é longa – vou ficar extremamente satisfeita).

O livro da semana, escolhido a dedo e com carinho para estrear a coluna, é “O homem que caiu na Terra”. A história, refinada e delicada, foi publicada em 1963 pelo escritor Walter Tevis e tornou-se um clássico da literatura de ficção científica. Trata-se de um alienígena (Newton) do planeta Anthea que vem para a Terra em uma missão de salvar seus conterrâneos. Anthea é um planeta que está se esgotando, os recursos são insuficientes para manter a vida e a única solução é construir uma nave no solo terrestre para trazê-los para cá. As coisas caminham como o planejado até que Newton, dono de uma inteligência superior e já um grande empresário, se perde na imensidão do significado do que é ser um humano. É neste ponto que a leitura fica intrigante. Regado à álcool, música e solidão, o extraterrestre experimenta o angustiante sentimento de viver como um homem.

“O homem que caiu na Terra” foi filmado em 1976 pelo diretor Nicolas Roeg e o papel de Newton marcou a estreia de David Bowie no cinema.

Contextualizando a obra: final dos anos 50, enquanto Tevis escrevia, o mundo lutava para se reconstruir e se readaptar à uma nova realidade. Cidades em ruínas, famílias perdidas, pessoas desencontradas, esse era o cenário pós-guerra e foi nesse momento, recheado de sentimentos angustiantes, de vazio existencial e medo do futuro que o livro foi criado. Podemos observar que a sutileza da caneta de Tevis está na fidelidade em que ele retrata esse mundo real na ficção.

Por que ler? Essa obra é OBRIGATÓRIA para os fãs de ficção científica, para os leitores com gosto refinado e para aqueles que apreciam degustar um clássico. Além dessas rasas razões, Tevis consegue nos fazer sentir profundamente como um indivíduo dessa época.

Leiam, assistam o filme, “culturem-se”! Deixo, abaixo, meu canal no youtube e fiquem à vontade para entrar, curtir, criticar, comentar, debater. Até o próximo artigo!

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