Nova rota para a realização da vida e destino do homem

CARLOS BERNARDO GONZÁLEZ PECOTCHE
Desde tempos remotos, vimos escutando a voz de milhões de consciências clamar pelo esclarecimento de suas dúvidas. Esquadrinhando com aguda penetração os vaivéns e alternativas do movimento histórico através das épocas, de um lado encontramos as aspirações humanas num constante anseio de respostas e, de outro, o esforço às vezes desmedido dos filósofos e pensadores por satisfazê-las. A era atual, caracterizada desde os seus primórdios pelas chamadas lutas do espírito, que chegaram aos extremos do encarniçamento e depois derivaram para uma pugna de idealismos, teorias e crenças, ainda não nos ofereceu nada de concreto a respeito do grande enigma da vida.
A Logosofia, como ciência da sabedoria, proclama o achado das chaves que o decifram. Traçou sua rota e dela não se afastou um ápice ao longo de todo esse tempo intensa e fecundamente vivido. Ninguém pôde dizer que conhecia essa rota, ainda que admitamos que se tenha tido dela uma vaga ideia. A verdade é que só agora, e graças ao método logosófico, constitui ela uma completa realidade.

Ao fixar sua posição diante das grandes questões que no curso dos séculos foram apresentadas à inteligência humana – Deus, o Universo, as leis universais, os processos da Criação, o homem e seu destino –, a Logosofia já deixou expressa sua palavra, concretizada em verdades de absoluta comprovação.

A Logosofia abre as portas do pequeno, porém vasto mundo interno, guiando o entendimento do homem para que descubra as riquezas nele acumuladas

Sonho de séculos, hoje convertido em realidade por virtude destes conhecimentos que colocam a mente humana em frente de si mesma, para que o ser se estude e se compreenda;para que saiba qual é a causa do drama que afligiu sua vida e para que se inteire de como nascem, de onde vêm, como vivem, se movem, reagem e morrem os pensamentos que a mente abriga.

Devido ao abandono em que viveu durante séculos em relação aos conhecimentos que haveriam de auxiliá-lo, o homem é um indefeso mental, cuja precária lucidez intelectual lhe impede discernir e descobrir o mal justamente ali onde se apresenta revestido de todas as aparências de bem. Aquilo em que menos se pensa é que não se pode descobrir, em instantes, o que deve ser fruto do esforço e da vontade individual.

Quando se contempla o espetáculo da ignorância humana através dos tempos, pode-se admitir que o homem, no tocante à sua vida mental, tem padecido um rude nomadismo, um constante vagar de uma ideia a outra, caindo com frequência aprisionado na teia dos pensamentos de grupos ou ideologias predominantes em cada época. Essa observação não se aplica àqueles que souberam manter-se livres em meio às opressões e tiranias mentais que, às vezes, obscurecem até os espíritos melhor prevenidos.
Extraído do Livro Mecanismo da Vida Consciente, pág. 31