Psicoterapia e Arte!

Estamos passando por um momento na nossa história que as dificuldades estão emergindo a cada momento e junto com elas, sintomas de ansiedade e estresse se tornam cada vez mais comum e a procura pelo Processo de Psicoterapia se torna muito importante. A Psicoterapia auxilia no autoconhecimento para assim aprendermos a lidar com os conflitos, e ela se torna mais rica quando conseguimos associá-la à uma prática que favorece a livre expressão de sentimentos que é a Arteterapia.

A Arteterapia é uma forma de expressar o que o nosso mundo interno está tentando nos dizer sobre nós mesmos. No meio desse tumulto e correria que vivemos não temos muito tempo para nos escutarmos e pensarmos em nós mesmos, mas quando paramos para fazer algo ligado à Arte, essa escuta acaba acontecendo.

O trabalho com Arte não tem idade e é realizado através de diversos materiais como lápis de cor, giz de cera, argila, tintas e também diversas técnicas como construção com sucatas, mandalas, tecelagem, colagem, teatro e trabalho de expressão corporal. Tudo isso leva a um grande mergulho para dentro de nós em busca do que somos e do que queremos.

Todos os materiais e as técnicas possuem um significado para o emocional e assim abrimos um caminho para compreendermos algumas dificuldades que estão acontecendo com a gente, e por isso é terapêutico e transformador.

O trabalho da Arte favorece a liberação dos conteúdos internos e a Psicoterapia ajuda na organização e compreensão, realizando uma ponte entre o mundo externo (o que foi realizado na técnica da Arte) com o mundo interno (vivência pessoal), transformando as queixas, e melhorando a autoestima.

A Arte aliada à Psicoterapia possibilita um novo olhar sobre nós mesmos, e a descoberta de sentimentos e sensações. Ela nos acorda para a Vida e nos faz mais felizes, mesmo que a vida seja imperfeita!

“A energia psíquica que antes ficava contida nos conteúdos inconscientes é libertada, favorecendo uma transformação significativa das queixas trazidas pelo indivíduo, possibilitando uma melhora na autoestima e melhores formas de lidar com sintomas e experiências traumáticas”. (PHILLIPINI, 2013)

Coutinho (2005) refere que o ato de criar precisa de tempo para as imagens se formarem e se transformarem. Tempo para esse mergulho em si mesmo e para contemplação. Para o prazeroso lidar com cores, texturas, formas e a descoberta das infinitas possibilidades que os materiais plásticos nos oferecem, possibilidades de liberação e de organização que nos reestruturam internamente. Aos poucos vamos ganhando novo olhar sobre nós mesmos, descobrindo sentimentos e sensações. Este novo olhar surgirá da conscientização, nascida do contato com as formas criadas, que vão se descortinando, ao transformarem mensagens de conteúdo inconsciente em mensagens que poderão ser assimiladas pela consciência e assim possibilitar que conflitos sejam elaborados.

“O fazer arte é terapêutico, porque proporciona integração de uma personalidade, mediante a aplicação de técnicas e práticas expressivas, que tanto facilitam a materialização de formas, doadas por conteúdos projetados, bem como permitem a identificação funcional das mesmas, já que possibilitam a sua integração, restituindo à personalidade os sentimentos acerca de si que estavam faltosos, dando ao sujeito que a utiliza como prática o deleite de desfrutar de si mesmo”. (URRUTIGARAY, 2011, p.55)

Esta produção materializada permite uma reflexão e um confronto, e aos poucos, vão dando significados às informações vindas de níveis profundos da psique, que aos poucos vão emergindo, constroem a compreensão, e esta vai ampliando a personalidade do indivíduo que se permite criar.