O Deserto

O povo vivia o sofrimento da escravidão… Em um belo dia um homem, por mandato de Deus os liberta daquela servidão! Porém, é estranho pensar que um Deus que é amor nos tira de um sofrimento para morrermos em outro… Pois saindo do jugo egípcio, o povo é enviado por Deus ao deserto! Se o deserto já é difícil, imagine trilha-lo com crianças, animais e tantos outros pertences! O povo mesmo chegou a dizer: “Por que Deus nos trouxe até aqui? Para nos fazer morrer?” (Ex 16,3).

Quantos de nós enfrentamos desertos em nossas vidas…Nos sentimos, mesmo rodeados de pessoas, sozinhos e sem saída? Quantas vezes saímos destruídos de um problema e já caímos em outro? Qual o deserto que você vive hoje?

Mas mesmo na dificuldade do deserto, não pare! O deserto na ótica cristã não é um lugar de derrota e nem um tempo que se encerra em si. Falar do deserto como tempo é frisar o caráter de tempo intermediário. Perceba que o povo de Israel vê como único fim do seu caminhar a morte, distorcendo a meta fixada por Deus, isto é, a terra prometida, a vida plena. Deus não os envia para morrer, mas para superar pela perseverança o tempo de sofrimento e entrar no novo de Deus!

Nossa vida é um constante ciclo de “tempos intermediários”, de vitórias e recomeços! Nossa vida não consiste no problema, mas está direcionada para a plenitude, para a felicidade, para a terra prometida! O tempo intermediário é, por essência “provisório”, não é um tempo de destino, mas um tempo através do qual devemos passar, uma condição necessária para alcançar uma meta, um fim.

Esse tempo intermediário do deserto é também um tempo de espera: não deve ser vivido na passividade, mas preenchido de desejo e de esperança. O deserto, o problema que enfrentamos hoje é apenas mais um tempo intermediário que deve ser vivido e superado! Não desista!