Aposentadoria no Brasil

O Brasil ainda é um país jovem, mas seus gastos com previdência social superam os de nações mais idosas. O pagamento de aposentadorias e benefícios responde por quase 13% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. A taxa é superior à registrada em países como Japão e Alemanha, que têm um percentual de idosos três vezes maior que o do Brasil.

Para cada 100 brasileiros entre 15 e 64 anos, há dez idosos, ou seja, com idade acima de 65 anos. No Japão, a proporção é de 33 idosos para cada 100 pessoas economicamente ativas. Ainda assim, os gastos japoneses com o sistema previdenciário equivalem a 9% do PIB do país. Na Alemanha, onde os custos com a previdência representam 11% do PIB, são 31 idosos para cada 100 pessoas ativas.

O perfil de contribuição e a idade de aposentadoria são diferentes e ajudam a explicar essa diferença nos custos entre os países. No Japão, por exemplo, a idade média de aposentadoria é de 70 anos, enquanto no Brasil quem se aposenta por tempo de contribuição no setor privado deixa de trabalhar em média aos 54 anos de idade.

De acordo com especialistas o ponto não é o valor do benefício, mas o número de aposentados. No caso dos trabalhadores do setor privado, o benefício vai de um salário mínimo até R$ 3.916,20. A exceção é a aposentadoria do setor público, que em alguns casos são valores elevadíssimos.

Depois de algumas alterações na legislação do setor em 2004, o governo agora tenta aprovar no Senado a reforma das aposentadorias dos servidores públicos federais. A proposta é estabelecer o mesmo teto pago para quem se aposenta pela iniciativa privada para novos funcionários.

Essas mudanças são essenciais porque o Brasil está vivendo um processo de envelhecimento populacional e estudos apontam que em 2050 o país terá 36 idosos para cada 100 pessoas em idade ativa, de modo que se não houver reformas, o sistema previdenciário brasileiro pode se tornar insustentável.