Sentimento” da dor no exercício

Uma das maiores barreiras para a aceitação de informações científicas é “sentimento”.

Mostramos dados de que um exercício não seria recomendado, baseado na Fisiologia, Biomecânica e mesmo em estudos que analisaram os efeitos com métodos precisos. Aí vem o miserável e diz “mas eu sinto…” ou então aquele que ainda tenta convencer os outros a ser tão miserável quanto ele e diz “o lance é fazer e ver se sente”. Sempre o maldito sentimento!

E aqui eu vou dizer que muito sentimento pode ser RUIM para seus treinos. Sim, se ficar muito focado em “sentir” você vai treinar PIOR, pois isso aumentará o desconforto e, consequentemente, prejudicará seu desempenho.

Norbury et al. (2021) compararam o desempenho de uma série até a fadiga de extensores de joelho em 3 situações: normal, dor aumentada ou controle. A dor era modulada por meio de injeções hipertônicas. Fadiga e desempenho eram avaliadas por estimulação transcraniana e estimulação em nervos periféricos.

Os resultados revelaram que: quando a dor era acentuada, havia redução de 20% no tempo até a fadiga (4,36 vs 5,2min). Além disso, a capacidade de produzir força caia 11-12% com a dor aumentada, em comparação a uma situação controle.

A investigação neurofisiológica revelou que essa perda se deve à inibição central. Ou seja, seu cérebro recebe informações dos receptores de dor e reduz a estimulação para os músculos como forma de defesa. Mas esse povo sentimental não entende a complexidade da coisa. Então, entendam bem o que estou querendo dizer:

1) o fato de você sentir um músculo não quer dizer que ele esteja trabalhando bem;

2) se você se concentrar demais em sentir um músculo, seu rendimento vai cair;

3) concentre-se em fazer o movimento bem feito, coloque seu foco na qualidade do exercício e no desempenho;

4) treine com pessoas com mais inteligência e menos sentimentos!