É o que dizem. Entro nos lugares com a mão no bolso e peço ‘’uma água, por gentileza!?’’.
Para não gastar muito? Não, para preencher a boca com a desculpa de não ter sobre o que dizer.
Seja mais claro. Seja mais aberto. Seja mais expansivo.
Seja! Seja! Seja! Olha aí o inconsciente coletivo… deixa de timidez rapaz! Olhai os textos que escreves! Deixa disso! Não inventa! Se ajeita homem!
Pois é, no meu canto ninguém me incomoda, mas também só tenho a companhia de ninguém, e ele já está chato para caralho. Orra meu! Não vê que já pensei neste troço ontem a tarde!? E me diga, ó solidão carente, pra onde vou se fico com você dentro de mim!?
Acho que fico pouco à vontade onde vou. Não achei ainda um local que me servisse de perfeita moldura. Sou tantos dentro de um, que quando preencho uma persona, a outra fica com ciúmes: ‘’ei! Psiu! E eu!?’’
Ah sei lá, já devo estar divagando, e nesta lenga lenga é que não saio mesmo do lugar.
Solidão é senhora. Ranheta, caduca, fétida a talco e bolinhas naftalínicas. Não gosta de sair de casa, reclama da muvuca, da música, do cheiro, do mundo. Solidão não vê outra razão senão a sua.
Fico pensando que aquela adolescência que passou, foi um aviso, de que na vida nada mais será como foi. E que a continuidade, os anos que virão, confirmarão cada vez mais, de que tudo mudará, constantemente.
Vou colocar meu ego para descansar, tô muito cheio de mim e vazio de outros eus que nem (ainda) conheço. Mas será que quero conhece-los? Ou tenho medo de…
Medo!? Medo de que cabra da peste, esquivador do caramba! Não vê que nada acontece do nada, monte de bosta!? Se lança no mar da incerteza e descobre o mistério da vida de uma vez por todas!
Só, por favor, não me faça merda.
Uau! Achei cada verso super poético! Palavras profundas, que dizem muito sobre nós mesmos. Parabéns pelo trabalho, está impecável!