Se pusermos uma plantinha em um vaso de concreto, colocando-a depois num pátio, só servirá para distrair egoisticamente nossa vista, pois a planta se esterilizará, visto que sua semente terá caído sobre o piso frio, que não pode recolhê-la e, portanto, não será possível que continue existindo através de outras plantas surgidas de sua própria semente, pois, que concurso pode prestar o piso ou o mármore à semente?
Todavia, se em vez de cair em lugar infecundo, encontrar terra fértil, que se umedece com o orvalho da noite ou com a rega que lhe oferece alguma mão caridosa, veremos surgir uma planta aqui, outra ali e muitas mais, sucessivamente.
Se cada um de nós trabalha, adiantará; em vez disso, isolando-se em si mesmo, sua semente cairá, também, sobre a lousa fria e não terá continuidade de vida, porque ali morrerá. Se, porém, como as plantas que crescem em terreno fértil, lança ao redor a semente do seu entendimento, e uns e outros estendam prodigamente a mão para regá-la, logo haverá muitas plantas da mesma estirpe, da mesma semente.
Logosofia:http://www.logosofia.org.br/artigos/primorosas-licoes-da-natureza/89.aspx