Viver e deixar Viver

A intromissão na vida dos outros, aos quais muitos de nós procuramos impor, embora às vezes de forma inconsciente, a maneira pela qual achamos que devem agir, é mais uma das manifestações da natureza egocêntrica e prepotente do neurótico.

Esquecemo-nos facilmente de que nossos semelhantes também têm, como nós, o direito de decidir sua própria vida.

Igualmente nos esquecemos de que, por mais que queiramos, não conseguiremos modificar o modo de proceder de uma pessoa, a não ser que ela mesma assim o deseje e decida fazer.

Preocupados em dirigir ou modificar a vida das pessoas com as quais convivemos, ou de qualquer outro modo nos relacionamos, podemos ainda nos esquecer do mais importante: cuidar de nossa própria vida e de nossa própria recuperação.

E quando essas pessoas não aceitam nossa interferência, que comumente rotulamos de ajuda, podemos também deixar-nos tomar por um sentimento de mágoa ou de revolta, o que, sem dúvida, irá contribuir para aumentar ainda mais nosso sofrimento.

Este lema, porém, sugere que procuremos viver nossa própria vida – e aí está o programa de recuperação de N/A a mostrar-nos claramente como vivê-la de forma equilibrada e feliz –  e que deixemos aos outros a tarefa de viver a deles como acharem de fazê-lo.

A melhor maneira de ajudá-los, se for esse o nosso objetivo, será através de nossa própria recuperação, pois somente assim seremos capazes de nos relacionarmos com eles de forma compreensiva, afetuosa, sem imposições e respeitando, acima de tudo, o direito de decisão de cada um.

É bem possível, então, que as sugestões que porventura achemos de fazer venham a ser consideradas e, quem sabe, até mesmo aceitas.

A aplicação deste lema também nos ajudará a compreender que a forma pela qual procuramos encontrar paz e serenidade talvez não seja, necessariamente, a mais adequada para que as encontrem os nossos familiares, amigos e demais pessoas de nosso relacionamento.

Essa compreensão fará com que passemos a cuidar mais seriamente de nossa própria recuperação, deixando de lado a tendência de querermos interferir na dos outros.

Fazer primeiro as coisas primeiras
Este lema nos sugere a adoção de um método muito simples, porém eficaz, de ordenarmos nossas atividades, ou a solução de nossos problemas, de forma a agirmos com equilíbrio e sensatez.

Muitas vezes, são tantas as coisas que temos para fazer que não sabemos nem por onde começar. É bem possível que tentemos fazer tudo ao mesmo tempo, atabalhoadamente.

Ficamos, então, atordoados e confusos, podendo mesmo deixar-nos envolver pelo desânimo e pela frustração.

Contudo, se procurarmos ter calma e examinarmos cuidadosamente, veremos que, de acordo com as circunstâncias, haverá sempre uma coisa que deverá ser feita em primeiro lugar, num dado momento, seja pela importância de que se reveste ou pela urgência requerida.

Essa é a coisa primeira. As demais, é claro, deverão aguardar a sua vez, segundo a ordem de importância ou de urgência em que devam ser realizadas.

Se assim procedermos, teremos condições de não nos deixarmos perturbar, nem que sejam muitas e diversas as coisas a serem feitas, pois estaremos então tratando de fazer primeiro as coisas primeiras.

Do mesmo modo devemos procurar agir relativamente aos problemas para os quais buscamos solução.

A aplicação deste lema em nossa vida diária resultará, sem dúvida alguma, em grande benefício para todos nós, bem como para as pessoas com as quais convivemos ou  trabalhamos.

24h de Paz e Serenidade. Endereços: Salão da Igreja Matriz, segundas-feiras, 19h30, terapia; quarta-feiras, 20h, reunião de estudo.  Também temos reuniões online.    Mais informações: www..neuroticosanonimos.org.br.