BITUCA DE CIGARRO II

Alguns meses atrás compartilhei com vocês um texto sobre o descarte incorreto das bitucas de cigarros.

(https://www.ojornalzinho.com.br/2021/07/23/bituca-de-cigarro/).

Hoje gostaria de atualizá-los, pois já é possível a reciclagem destes filtros.

Um material altamente tóxico e nocivo ao ser humano e ao meio ambiente.

Essa grata novidade veio da França.

Cada filtro de cigarro deixado na natureza leva 12 anos para desaparecer, e deixar com ele substâncias químicas pelo caminho.

Para resolver este problema, uma start-up francesa desenvolveu um método para despoluir os filtros e reutilizá-los. O material tratado vira tecido e é usado na confecção de roupas de inverno.

Tudo começa na periferia de Paris, em Saint Denis, onde o coletivo No Mégots (sem bitucas) faz um trabalho específico de conscientização sobre a toxidade das pontas de cigarros deixadas no meio ambiente.

O coletivo também trabalha na coleta das bitucas, espalhando lixeiras apropriadas e recolhendo o material.

A coleta é enviada para a empresa Tchao Mégot, que desenvolveu um tratamento específico para despoluir o material e reciclá-lo.

A primeira coisa é selecionar o material. A folha de papel, as cinzas e o resto de tabaco de cada cigarro são separados e vão para a compostagem.

Os filtros passam por um tratamento que extraem cerca de 5000 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina.

A fibra obtida a partir do tratamento dos filtros não tem cheiro e não é tóxica. E vira matéria prima de um tecido isolante, que pode ser usado na construção civil, para o isolamento de paredes, ou na fabricação de roupas.

“Temos a vocação de nos tornarmos um dos principais atores da reciclagem de pontas de cigarros, na França e no território europeu. Estamos investindo em uma unidade industrial para poder processar uma quantidade ainda maior de cigarros”, explica a engenheira da Tchao Mégot Amélie Velte.

Neste ano, a start-up decidiu apostar no uso de sua fibra ecológica para fazer coletes de inverno “veganos” e “made in France”.

Cada colete de inverno utiliza os filtros de 3200 cigarros, e é vendido por 100 euros (cerca de 600 reais).

Fonte: Planeta pós pandemia.