/O laptop novo//

Precisei comprar um novo equipamento, não estava dando mais, o outro já estava a muito tempo, muito lento.

E imaginar que vagareza, ao longo dos anos, fosse se tornar sinônimo de troca. Francamente…

O trabalho a ser feito com a chegada de um novo laptop, não se restringe somente a configuração de todo o software (aquele que xingamos) para ser utilizável.

Instalação de programas, antivírus e outras configurações é tranquilo. Difícil é transportar os arquivos antigos para o novo.

Nem tudo que é antigo, é necessariamente, descartável. Nossos avós, os Beatles, a Bíblia, e o teorema de Pitágoras são elementos vintage dos mais bem conservados, que ainda nos divertem, nos emocionam, onde também aprendemos e aproveitamos, que não são descartáveis.

Mas nem tudo do laptop antigo é também reciclável.

E aquelas milhares de fotos consideradas bacanas, que tínhamos baixado no Pinterest, que estão ali no nosso arquivo digital? E todos os rascunhos digitais, ocupando os k-bytes de vosso equipamento de trabalho? Por que raios ainda os conservaremos na novidade plástica ao lado da bancada?

Minha ingenuidade me levou a crer que iria aproveitar metade dos arquivos que tinha. Guardar, realmente estraga, mas aproveitei metade da metade, de toda a única pasta que importa no meu laptop: a que leva meu nome, com tudo o que me interessa no universo digital de parte de minha vida cibernética.

Aliás, quem ainda tem esta mania de ter pasta no computador com nome próprio? Quem aí é geração 90 que continua com a estranha mania de ter pastas dentro de pastas no computador, guardando bugigangas não-sei-lá-pra-quê, só acumulando os k-bytes, que devido ao acumulo ansioso e desenfreado de conteúdo digital, rapidamente se proliferam em megabytes?

Quando menos se espera, você é engolido pelas horas gastas, perdidas, abandonadas defronte a tela de LCD.

Se isso é sinônimo de evolução, saibam que para mim soa mais para regressão racional do que qualquer outra coisa.

Fazemos muitas coisas úteis com as facilidades tecnológicas atuais. Mas ainda procrastinamos um pouco demais.

Quanto um novo laptop, tem para nos ensinar, mais do que a vã filosofia poderia compreender.