/Punk –Zen//

Ouvi a tal expressão ‘’Punk-Zen’’, durante uma live sobre Patti Smith.

Sabe a Patti Smith? Letrista de rock dos anos 70, que acabou virando uma influente escritora? Tá ligado no movimento pré-punk? pós geração beat das décadas de 60/70? Pois é, então, ela habita este interim. ¡Mucho loca! ¡Muy importante! E molto especiale!

Achei interessante o estranho efeito fonético-gramatical, causado pela palavra Punk-Zen nos meus ouvidos.

Rebeldia que com incensos equilibra o ser. Descontentamento harmônico, com o Iggy Pop no fone e o Bhagavad gita debaixo do braço.

Não sei, se estiver ficando louco depois desta montanha russa de palavras, por favor me digam. Só acho tudo isso molto interessante.

Na real, a palavra Punk-Zen foi usado na aula na tentativa de se ter uma explicação de como a escritora compunha seus textos, na tentativa de incorporar o estilo musical punk, agressivo, seco, direto, cru e potente, para dentro de sua literatura. Literatura esta também muito lírica.

É cada ideia meu! E não é que o blendie acabou dando certo? Criou efeitos bem interessantes.

Punk-Zen me faz imaginar o Joe Ramone em posição de lótus, com sua cabeleira e óculos redondos, no seu momento de yoga. Ou  Billy Joe Armstrong e seus cabelos de antena e seus olhos negros, se alongando como um louva-deus durante uma sessão de Pilates, concentrado em sua respiração.

Mas não é bem assim que me sinto quando ouço esta incomum união de palavras. Punk-Zen é ser sábio durante um momento de extravasamento. É tentar colocar sua Tati Bernardi interior de frente com Martha Medeiros, para trocar ideia e, quem sabe, resolverem suas neuras.

Voltando a bola para a Patti Smith, se você ainda não a leu, precisa conhecer a liberdade que ela incita em sua escrita, quando narra suas loucas histórias, sempre adicionando este Punk-Zen. Como os de sua geração, Patti sempre buscou ter a realização de seus talentos, guiada por um caminho de multiplicidades: seu amor pelos livros, por música, filosofia oriental, o movimento que hoje chamamos de cultura pop que a cercava, ouvindo Bob Dylan, Beatles, Bruce Springsteen, Rolling Stones, e fazendo parceria com alguns destes nomes, e, portanto, moldando sua própria história.

Patti Smith caminhou lado a lado com sua liberdade criativa, e por isso, atingiu uma originalidade incrível.

Você nunca leu Patti Smith!? Nada!? Nem ‘’Devoção’’ o diário sobre a origem de sua criatividade?

Pronto, o texto terminou, vá tu já, aspirar Patti Smith!