/ Neon//

Ilustração Krookis
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Tinha acabado de ajeitar suas coisas no hotel para passar a noite. Hotel barato, sem luxo e sem lixo, sombra alguma de sujeira no quarto. Só não era um quarto deluxe, pois havia um descascado ali na quina, no canto daquela parede ali, está vendo!? Era, portanto, decente e modesto.

Da janela se via o luminoso neon do estabelecimento ‘’Posto Shell’’, conservando algum charme, com ares setentistas em letras lineares e curvaceas.

Por algum descuido da empresa, aquele que se encontrava do lado do hotel chinfrim, não era como os outros. Não tinha gasolina aditivada. Não possuía loja de conveniência. Lá não havia chegado Trident de menta, nem Babaloo pinta-língua.

Uma estrela, localizada exatamente acima ofusca minha atenção para seus detalhes: Começara a brilhar intensamente!

Estranhamente, seu brilho acentuava-se mais. E piscava e sumia.
E piscou. Sumiu.
Silêncio.
Mistério…

Um brilho surgiu em cima do posto: Uma estrela, e dela surge um disco espacial, um óvni sideral enorme, a girar, sobrevoando o posto.

E girava sua circunferência prateada, de tal forma, que de seus movimentos circulares surgiram cores azuis que faiscavam pelos telhados do posto.

E por segundos, milésimos de segundos, o objeto foi sumindo, como se estivesse a caminho do infinito.

Sumiu. E nem um ponto sobrou para finalizar sua passagem.

Foi.
Saiu uma faisquinha do canto do neon ‘’Shell’’ depois do ocorrido.

Atônito, tirei a mão, já em pura sudorese, da janela. Mirei a cama. Achei melhor dormir, antes que não conseguisse mais.

Meus órgãos oculares mais uma vez em direção ao Neon. Nenhum estalo.

Acho melhor dormir, antes que o Neon surja novamente…