/Hiper infantil//

Estava aguardando minha vez no barbeiro, sentado ali com um jornal, na difícil tentativa de evitar o Chaves da televisão.

Reparei em um arquétipo bem singular sentado na cadeira do instrumentalista estético de pelos faciais. Uma criança obediente, no auge de seus 4 anos, vestida na camisa xadrez, bermudas caqui com cinto e sapa-tênis azul marinho. Um pequeno lorde, provável filho único, impecavelmente vestido, prontinho para ir visitar o barbeiro.

Acompanhando o pequeno Bruce Wayne estava ela – a   mãe-coruja soltando frases do tipo: ‘’fala pro tio da Paulinha, sua namoradinha da escola. Você sabia que ele tem uma namoradinha tio Vagner? ’’

Além disso, o menino também frequentava a natação, judô, tocava bateria e de quebra, frequentava a escola.

Me pergunto: em que momento ele está sendo criança, desenvolvendo as potencialidades para um crescimento saudável? A infância é um momento de descobertas, momento de construção dos nossos limites diante de nosso habitat. A infância é o momento do reinado da imaginação, no constante domínio dos dragões que vão se formando nos constantes ‘’porquês’’.

Deveríamos estar em constante observação nas inclinações, positivas ou negativas, das crianças, e massagear, zelar, amparar, as potencialidades que poderão florescer em características pessoais, a caminho de uma vida saudável.

A prematuridade de algumas crianças com a característica adulta no vestuário e atitudes bonitinhas de ‘’gente grande’’, tem efeito semelhante a bonsais chineses: é até parecido, mas não tem a mesma intensidade de uma frondosa árvore.

Deixem que o tempo transforme a criança, crescer é natural. Assim como também é criança ser criança, com toda a ingenuidade, espontaneidade e inocência. Os galhos vão crescer naturalmente.
Pais: aproveitem cada fase do amadurecimento de seus filhos.