Projeto pedagógico da APAE completa 11 anos e prepara alunos “para a vida”

Alunos durante a produção de alimentos na ‘Cozinha-Escola’ (Fotos: Divulgação)

A ‘Cozinha-Escola’ da APAE (Escola Especial Cristo Redentor) de São José do Rio Pardo, que faz parte do ‘Projeto Político Pedagógico’ da instituição, completou 11 anos no início de março, cujo conteúdo é voltado à preparação dos alunos para uma possível inserção no mercado de trabalho e também para a vida. As informações são da diretora Maria Helena Carrato Jardim.

 

Ela afirma que o projeto possui participação de 18 alunos e funciona às quartas, quintas e sextas-feiras (exceto durante o isolamento social realizado para evitar a propagação do Covid-19), onde também são trabalhados a parte pedagógica e o ‘currículo funcional natural’. “O projeto não trabalha só com a cozinha, mas também prepara os alunos dentro de uma visão global: o desenvolvimento, o conhecimento, a socialização. Então, quando eles passam por essa sala, estão desenvoltos, sabem conversar. Os prepara para a vida.”

Maria Helena também ressalta que a ‘Cozinha-Escola’ conta com a contribuição de cada técnico que integra a instituição, dentro das respectivas áreas. “O fisioterapeuta trabalha com a hidroterapia, então ele vai dar uma qualidade motora melhor aos alunos. A assistente social acompanha os alunos nas casas deles, nas famílias, nas necessidades fora da escola. Já a psicóloga vai cuidar da parte mental, emocional.”

A diretora relembra que os usuários que saíram do programa e ingressaram no mercado de trabalho foram acolhidos em supermercados e farmácias do município. “Os alunos têm uma preparação geral para serem inseridos na sociedade. Logicamente que alguns, infelizmente, não têm condições de irem para o mercado de trabalho, mas os que conseguiram têm dado certo.”

O cardápio do projeto é variado, podendo ter desde bolachinhas até nhoque e quibe assado

Cardápio
Segundo ela, o cardápio da ‘Cozinha-Escola’ “é bem variado” e os ‘pratos’ são modificados a cada semana, para que as pessoas se interessem e comprem os alimentos produzidos. “Cada dia é um produto. Pode ter quibe assado; torta de frango, de palmito; bolachinha goiabinha; nhoque. A procura é muito grande.”

Recursos
Maria Helena revela que, além de auxiliar os usuários na aprendizagem, o projeto ainda proporciona à APAE recursos financeiros, que são aplicados em benefício à própria instituição como realização de consertos, manutenções, compras de medicamentos, passeios, viagens. “Para que a escola seja melhor para o aluno. Temos que mantê-la. Nós oferecemos tudo, dentro daquilo que é de direito de todo aluno: material pedagógico, merenda, café da manhã, transportes escolar e municipal.”

Algumas tortas de bacalhau realizadas pelo programa para angariar fundos à instituição

Tortas de bacalhau
A diretora ainda cita que, recentemente, a escola produziu e vendeu 500 tortas de bacalhau, através da ‘Cozinha-Escola’, com uma equipe reduzida, para angariar fundos devido à quarentena, pois o local funciona por meio de recursos advindos da cidade, do Estado e de algumas doações. “Como também de vendas de produtos como horta, artesanato, reciclagem, que são produzidos pela escola. Então, segundo a possibilidade de atraso no recurso repassado pelo Estado, houve a necessidade de realizar esta ação.”

 

Atividades e doações
Sobre a realização de outras atividades para arrecadação de dinheiro à APAE, Maria Helena conta que o local deverá preparar mais alguma antes das aulas voltarem. “Não queremos somente pedir dinheiro, mas sim oferecer algo em troca. Temos um preço bom, justo e com produtos de qualidade.”

Além disso, a instituição atualmente está recebendo doações apenas se forem de produtos que possam ser armazenados e que estejam com “boa data de validade”, pois não há lugar para colocá-los e nem pessoas suficientes para ficarem na escola para recebê-los durante este período de confinamento social.