À romanesca

Que os italianos têm um jeito extrovertido e dramático de ser, e ao usar as mãos para se expressarem, se tornam genuínos ventríloquos quando começam a falar, em alto e bom som, também é característico e não é novidade para ninguém.
Não tem nada melhor para quem tem sangue ítalo-brasileiro rolando solto nas veias do que se deliciar com a macarronada da nona com molho vermelho feito em casa, marca de um autêntico gosto de almoço italiano.

Mesmo assim, minha grande identificação com a descendência ainda se dá em seu cinema. É difícil não se ver representado ao assistir todos aqueles dramas dos filmes de Federico Fellini. Já manjei muitos “miojões” com catupiry ao passear pela televisiva Itália, assistindo à bela Anita Ekberg se banhando na praça ou até mesmo ao documental filme Roma, mostrando panorama pouco registrado da cidade, em algumas singulares locações.
Poder viajar sem passaporte com Roberto Rosellini em “Roma, Cidade Proibida”, ou com o outro Roberto, “A vida é bela”, é se dar conta de que nem todos os filmes italianos são necessariamente bonitos.

Conheci mais um pouco da Itália através dos olhos e lentes de Woody Allen em “Para Roma com Amor”, quando o nova-iorquino traz o clássico drama do italiano apaixonado, com as típicas cores quentes daquele clima que sempre imaginei que a Itália tivesse ao se misturar com o calor das paixões! Uma bela homenagem a todos os diretores acima mencionados!
Como pude também visitar um pouco do sul da Itália ao assistir “Um verão na Toscana”, experimentando com os olhos, babando de vontade, alguns dos cardápios que são apresentados no filme, e com aquela maravilhosa paisagem ao fundo.

Depois de ter reparado todas estas singularidades itálicas, confesso que senti orgulho de fazer parte da comunidade italiana.
Difícil mesmo é segurar a vontade de visitar todos estes lugares, poder percorrer todas as paisagens e vivenciar alguns momentos ao vivo e em cores. Ainda bem que existe o cinema para acalmar um pouco nossas vontades!