De frente para o futuro

Na Sabedoria Logosófica está depositado o conhecimento que emancipa as consciências, que limpa as mentes e modela o arquétipo humano. Quanto mais a palavra dessa ciência for compreendida e aplicada à vida, tanto melhor e mais fácil será a marcha do ser e mais acessíveis as verdades que se buscam. O que obstrui, dificulta e retarda o passo dos seres humanos são suas deficiências, seus defeitos; enfim, tudo o que atenta direta ou indiretamente contra o processo de evolução consciente que se realiza sob a égide do conhecimento logosófico.

Todos têm muitas condições e qualidades boas; mas também têm deficiências e defeitos. A ninguém, pois, assiste o direito de assinalá-los, exceto aquele que ensina a corrigi-los. Isso é o aconselhável, e cada um deve, discretamente, trabalhar sobre si mesmo para eliminá-los. Tampouco se deve esquecer de que quem aponta falhas alheias está apontando as suas próprias, seus próprios erros. Há que ser, então, dócil à palavra que corrige iluminando, que permite emendar-se sem violências e que, alternando a suavidade com a firmeza, persuade e convence, até conseguir o bem que se persegue.

E se todos aspiram a transcender o plano comum, a fim de experimentar a ventura de elevar-se até onde almejam chegar, é preciso habituar a vontade a um constante e regular esforço na comunicação de seus íntimos desejos, com o objetivo de facilitar o desenvolvimento de suas qualidades superiores.

A humanidade chegou ao fim de mais um ano em meio de agitações e perturbações de toda espécie. Vem arrastando pesadíssimas cargas e vai chegando ao cimo desta encosta saturada por enormes fadigas, sofrimentos e dores, sem se advertir de que o que fez mais grave a crise de sua marcha foram a incompreensão e a intolerância comuns.

Que a luz do conhecimento logosófico permita aos homens discernir com mais sensatez sobre seus destinos, facilitando-lhes a marcha e livrando-os dessas incompreensões que só terminam em extermínio, desolação, espanto e misérias.

Ao iniciar este ano, devemos confiar em um futuro melhor, em um amanhã mais digno da espécie humana; porém, esse amanhã terá de ser lavrado com nosso esforço, com nossa inteligência e com a sublime aspiração de um destino superior.

Que este ano seja para todos mais um motivo de alegria, de felicidade e de reflexão; porque os anos vão sendo cada vez mais duros, mais frios, mais curtos, tal como o tem querido a incompreensão humana. Lutemos, pois, para que os anos futuros voltem a ser cálidos, longos e ditosos para todos.

Extraído do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico, pág. 487