Stan Lee e filhos

Olá, amigos! Semana passada, quando estava entregando o último artigo, não tive tempo de trocá-lo e por isso só estou falando agora sobre a despedida do pai de grandes heróis da minha infância: Stan Lee.

Como o mundo todo soube, Stan Lee morreu semana passada deixando um legado de filhos universalmente famosos: os X-men, Thor, Homem de Ferro, o Coisa (e as duas versões de O quarteto fantástico), meu adorável Incrível Hulk, Doutor Destino, Os Vingadores (embora já tenha citado dois dos personagens anteriormente), Homem Aranha, Demolidor e a grande maioria daqueles personagens que viviam na fantasia das crianças (e ainda vivem na minha – suspiro até hoje quando penso no Gambit, por exemplo). Não houve um nerd (mesmo aqueles que preferem o universo DC) que não tenha lamentado.

Qual o segredo de tanto sucesso em uma vida tão longa? Stan Lee nasceu no final de 1922 e, portanto, vivenciou a II Grande Guerra, o crash da bolsa, a Guerra Fria com a ameaça atômica, sentiu a angústia do homem do século XX e tais fatos misturados à sua grande criatividade, deram origem à personagens tão completos, complexos e imortais (para o nosso tempo). É possível, também, em algumas raras passagens, dizer que o autor traçou paralelos com várias religiões do mundo, o que sustenta ainda mais as características dos super-heróis.

Gambit, por exemplo, apesar de não ser uma criação do próprio Stan Lee, está inserido no seu universo integrando os X-men, e é mostrado como um personagem católico, enquanto que o Fera, do mesmo universo, é anglicano. A maioria, entretanto, faz referência à mitologia grega.

Hulk, outro forte exemplo de sucesso (meu preferido), foi inspirado na literatura. Não só parece similar, como realmente o é, Stan Lee se inspirou nos personagens Dr. Jekill e Mr. Hyde de O médico e o monstro de Stevenson.

Dentre tantos heróis, o maior de todos é o próprio criador que, aos 95 anos deixou uma legião enorme de fãs desamparados, um número grandioso de criaturas, críticas sociais subentendidas, diversão, sorrisos e sonhos.

Vá em paz, simpático velhino da Marvel – como dizem as crianças de hoje