A crônica e a crise

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Eu bem que queria escrever uma crônica bacana, falar um pouco sobre o manacá que floriu no quintal, sobre o céu rosa dos finais de tarde primaveris de Rio Pardo, mas a realidade está pedindo um pouco mais da nossa atenção!

De um lado, a nação brasileira lê, ouve e assiste o desemprego nacional, a desvalorização salarial, as delações, corrupções e prisões aumentarem no cenário político, motivos que causam um mal-estar crônico na população, situações reais mais estranhas que histórias de ficção. De outro lado, o mundo sofre com fenômenos climáticos que arrasam com nações, destruindo cidades, desalojando famílias, tirando vidas. E para pôr a cereja no bolo: as grandes potências mundiais começam a testar misseis atômicos para se ‘protegerem’ das ameaças que recebem umas das outras.

Uma crônica não deveria se importar com os assuntos do jornal. Normalmente ela é um suspiro no meio das notícias, mas como ficar calado e maquiar a realidade como inocentes smiley faces e nos esquivar desta loucura que acompanhamos nos noticiários?
Não há dúvidas que atualmente temos muito jiló cozido se achando figo em calda, muita gente que acredita está consertando o mundo, tomando as ditas ‘’medidas necessárias’’ para o benefício de todos e a felicidade geral da nação, quando, na verdade emulam catástrofes sem tamanho.

Menos mal seria imaginar que a crise maior se encontra apenas no Brasil, mas, segundo os noticiários, o mundo todo está passando por grandes questões que parecem impossíveis de serem resolvidas.

A crise está tão crônica que até este texto, que deveria ser uma crônica, passa a ser mais um desabafo do que literatura. Salve-se quem puder!
Mas sempre depois de uma tempestade o sol tende a raiar, crise não é só desespero e destruição, é reflexão, reinvenção. Vencer a crise é pensar de forma diferente, é mudar de estratégia, é usar de imaginação e de boas ideias. Sem chororô nem lamento.

Aprender com a crise faz de nós pessoas melhores, assim como a flor de cera que deixa melhor a janela do escritório que estou, enquanto escrevo este texto.