Vivenciando a Espiritualidade nos três Legados de N/A

Recuperação: Passos; Unidade: Tradições;
Serviço: tudo que posso fazer pela Irmandade. Para me recuperar da doença mental e emocional precisei admitir que era neurótica e impotente perante minhas emoções. Vim conhecer o N/A pela insistência de uma conhecida. Não estava doente e nem com depressão e muito menos no fundo do poço. Não tomava remédios, dormia bem e achava que vivia muito bem com meus familiares, mas estava afastada de Deus. Achava que Ele nunca se importava comigo, que era um Deus bravo e castigador. Comecei a frequentar as reuniões e a me conhecer ouvindo os depoimentos dos companheiros. Descobri que tinha muitos defeitos de caráter, que em vez de tímida, era sim muito orgulhosa, e que precisava mudar. Como não confiava em Deus, tentei eliminar sozinha os meus defeitos, era muito autossuficiente e prepotente. Perdi muito tempo e não conseguia nada, até que resolvi me render, aceitar a minha impotência e experimentar Deus. Comecei aos poucos pedindo sua ajuda e me aproximando cada vez mais desse Deus amantíssimo.
Fui aprendendo que Ele é amor, que me ama como sou, cheia de defeitos e com muito sentimento de culpa, e que também me perdoa. Voltei a frequentar a minha religião e a entendê-la. Comecei a sentir e ver Deus com outros olhos e a receber suas graças. Ocorreu tal transformação que passei a ser uma pessoa melhor, mais serena, a me preocupar com o bem estar do outro, a aceitar o outro do jeito que ele é e não como eu gostaria que fosse. Comecei a viver e deixar viver. Eu achava que vivia bem, mas hoje minha vida está muito melhor. Tenho uma família maravilhosa, marido ótimo, nem um pouco neurótico, um casal de filhos casados, um neto que amo muito, um genro e uma nora ótimos, os aceito como são. Frequento as reuniões assiduamente, comecei a prestar serviço e faço tudo que posso para ajudar e manter os dois grupos que existem na minha cidade. Já fui coordenadora de UMA e assim cresci muito espiritualmente.
Meu marido sempre diz que esse “tal de N/A” funciona mesmo, porque eu mudei muito. Só por hoje sou uma neurótica em recuperação, pelas graças que recebo de Deus; não deixo de fazer a minha parte, que é muito importante em tudo que o Programa de Neuróticos Anônimos sugere. Muitas 24 horas de Paz e Serenidade a todos. Anônima
Como funcionam os grupos de N/A
(continuação mês 02/14)
Não há diálogo direto ou apartes durante as reuniões, para que o companheiro que estiver falando possa expressar-se sem interrupções e ser ouvido com a devida atenção. Há, isto sim, o que poderíamos chamar de diálogo indireto, resultante da exposição dos sentimentos e do relato das experiências pessoais de cada um, quanto à aplicação do Programa de Recuperação de N/A. Embora cada companheiro fale sem ser interrompido pelos demais, o que na realidade se verifica é uma permuta de experiências e uma identificação de conflitos semelhantes, o que geralmente proporciona as respostas que estejam sendo procuradas.