OVERTRAINING

Em português poderia ser traduzido como ‘sobrecarga de treinos’. É um rótulo que vejo ser aplicado com alguma frequência a alguns treinos, planos de treino e até desportos. Penso que a minha experiência recente pode ajudar a desmistificar esse conceito e espero poder ajudar com mais informação sobre o tema.
É um erro dizer que o plano de treino A ou B vai causar overtraining quando não se sabe o resto do dia a dia do atleta a fatores tão ou mais importantes do que o treino, como a Alimentação, Descanso e Mobilidade.

“O treino que para uns leva a Overtraining, para outros é apenas aquecimento”

Pode ser pela baixa na performance, aparecimento de uma lesão, falta de vontade de treinar, estado depressivo, cansaço constante ou um estado anímico abaixo do normal.
Falar com o atleta e perceber o que se passa realmente com ele. Pela minha experiência, por vezes, os fatores que levam a esse estado são externos ao treino e é por aí que se deve começar. Como está a dieta? Quantas horas têm dormido? Como estão as coisas em casa ou no trabalho (escola)? O que faz logo a seguir ao treino?
Só depois deste diagnóstico deveremos olhar para o treino e para o volume que o atleta pode estar a ser sujeito.

Bem, se for mesmo do treino, é preciso perceber em que fase da época estamos e qual o objetivo do treino. Há os que pela sua natureza têm como objetivo colocar os atletas mesmo nesse estado: levá-los a um cansaço extremo para depois haver uma compensação por parte do corpo e se tornar mais forte. Ou até para o treinador ter noção de que atletas da sua equipe estão comprometidos com o plano de treinos. Agora, se o treino que leva o atleta a ficar assim é pré-competição, então, sim, é melhor olhar para o volume do treino e ajustar.

Sim e não! Pode-se fazer qualquer tipo de treino desde que a recuperação permita ao atleta estar em condições ótimas para o desafio seguinte, seja ele treino ou competição.
Resumindo: há a tendência para reduzir o volume do treino para os atletas que pareçam cansados ou que haja uma ou outra lesão. Na minha humilde opinião, deve ser sim feita uma análise mais holística do atleta e perceber o que pode estar a causar esse efeito negativo.