O TABU DO INCESTO

O TABU DO INCESTO - Carolina Vital Ortiz

Carolina Vital Ortiz

Bom dia, amigos! Separei, hoje, um tema um pouco asqueroso e até difícil para alguns, mas gosto de conhecer as coisas em suas raízes para que suas existências façam sentido ou não. Questões polêmicas não são simplesmente jogadas para a sociedade. Todas as coisas tiveram seu momento de nascimento nesse mundo, inclusive a regra e contestar uma regra não é ser rebelde, mas sim ser curioso e tentar entender o porquê. Aceitar normas e costumes sem questionar é conformista e imensamente perigoso para a sua saúde.

Bem, abordaremos aqui a questão do tabu social do incesto. Desde o início já me posiciono que é algo inconcebível para minha visão e que um certo asco nasce toda vez que essa ideia tenta brotar na minha imaginação. Entretanto, como a curiosidade matou vários gatos, vamos entender o porquê a maioria se sente igualzinha a mim (ansioso, assustado, enojado, mas curioso).

Vocês sabem quando e onde nasceu o abominável tabu do incesto?
Há várias explicações de várias perspectivas, mas a mais convincente e que realmente faz sentido, surgiu com os estudos do antropólogo franco-belga Claude Lévi-Strauss, um dos mais importantes intelectuais do século XX. Segundo ele, a regra do incesto apareceu no meio da sociedade dos nossos pré-históricos antepassados. Antes, esse ato tão comum (afinal somos animais e não havia nada de tão constrangedor em copular com pais e irmãos – todos fazem isso na natureza) foi se extinguindo aos poucos quando os tios maternos passaram a assumir responsabilidades dentro da família.

Os avúnculos, como eram chamados, fazia trocas de bens entre os clãs. A mulher, como é de se esperar, era um dos bens mais valiosos e, por esse motivo, passou as ser moeda de pagamento. Assim, as mulheres/sobrinhas de uma família perderam o valor sexual e, ao invés de acasalar com pais, tios, irmãos e avós, eram trocadas por propriedade, terras e até proteção (algo muito mais lucrativo, não?). Dessa forma, as fêmeas de um clã não podiam mais copular com os homens do mesmo porque não havia nada de vantajoso nisso. Assim, aos poucos, a família primitiva saía de sua condição natural para entrar em uma condição cultural.

Em outras palavras, amiguinhos, o incesto é “nojento” simplesmente por questões culturais: mais uma vez os homens estavam se beneficiando da natureza. Você pode até me perguntar “e a questão biológica, em que os filhos podem nascer doentes?”. Amiguinhos, a humanidade das cavernas ainda não conseguia ter essa consciência, fazer a relação de causa e efeito nesse caso. Portanto, pasmem, só não transamos com nossos pais porque nosso instinto de necessidade de posse material é maior do que o sexual. Isto é ser humano! Isto é se relacionar com o outro (trocas estão em todos os lugares)!

Até a próxima semana. 

1 COMENTÁRIO

  1. Analisando a questao culturalmente e nao cientificamente, o incesto (ate a palavra) foi incluida como abominavel justamente pela religião, diga-se catolica e seu Papa, como reforço, pois como haviam muitas guerras na idade antiga e média, era necessário procriação “por atacado” para se ter mais fieis e ate mais guerreiros como as Cruzadas a favor da igreja. O incesto sequer existiu ou sua proibição na Biblia, pois muitas figuras biblicas o praticavam ate com o “aval” de Deus, como Caim pegar irmas pra expandir seu povo, Abraao casar com sua irmã, Ninrode ter filhos com sua mãe, Ló com suas filhas, etc. A Biblia nem poderia proibir e o termo pecado é invenção católica, ate o celibato. E nao é crime sexo entre parentes próximos, mas nada de casar.

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