Existe vida ativa após o Infarto Agudo do Miocárdio

Até meados das décadas de 1960-1970, após um infarto agudo do miocárdio, era recomendando que os pacientes ficassem em repouso absoluto durante ao menos 3 semanas. Nesta época, achava-se que o repouso melhoraria a “cicatrização” do músculo cardíaco danificado.

No entanto, após pesquisas, notou-se que este repouso, na verdade, acabava sendo prejudicial a recuperação dos pacientes, atrasando o seu reestabelecimento e a sua volta a vida cotidiana. Neste caso, inúmeros estudos têm demonstrado que o exercício físico, em especial os aeróbios (como caminhada, ciclismo e natação) podem acelerar a recuperação destes indivíduos que sofreram o infarto desde o período que se encontram em ambiente hospitalar até após meses de sua alta.

Na fase aguda, ou seja, nos dias imediatamente após este evento cardiovascular, a reabilitação através da fisioterapia cardiovascular já é iniciada. Esta primeira fase é chamada de Fase I, e preconiza-se um tempo mínimo de 12 horas a contar da internação para se iniciar os procedimentos. Os objetivos neste momento são principalmente preservar as funções do pulmão, coração e também manter uma boa saúde muscular. A caminhada leve pelos corredores dos hospitais (30 a 50 metros) com frequência cardíaca, pressão arterial e saturação de oxigênio monitoradas, também podem ser realizadas neste momento.

Logo antes da alta hospitalar, já na chamada Fase II da reabilitação cardiovascular, o maior objetivo do fisioterapeuta é permitir que o paciente retorne ao seu lar conseguindo realizar suas atividades de vida diária de forma segura e produtiva.

A Fase III da reabilitação, por sua vez, já é realizada em casa pelo paciente e tem como objetivo principal prevenir novos eventos e o retorno às atividades normais do dia-a-dia que vão desde um simples banho até as atividades laborais. O exercício físico neste momento traz inúmeros benefícios cardiovasculares que vão além de melhorar a capacidade cardiovascular e respiratória já existente também prevenir que novos eventos (infartos) possam vir a ocorrer. Para promoverem tais benefícios, devem ser realizados ao menos 3 vezes por semana por 30 minutos.

Há evidências científicas de que exercício regular realizado por longos períodos podem influenciar na prevenção de inúmeras disfunções cardíacas. Ademais, o interessante desta fase da reabilitação é que o paciente pode realizar as atividades em grupo, o que melhora a sua autoestima e reduz os índices de depressão após o infarto do miocárdio.

Portanto, o exercício físico supervisionado é de suma importância para que os pós-infartados retornem à sociedade o mais rápido possível e exercendo suas atividades com eficiência e segurança, cabendo aos fisioterapeutas prescreverem da melhor forma as atividades que devem ser realizadas em cada fase da reabilitação de forma segura e monitorada.

Profa. Dra. Karina Delgado Maida – CREFITO3/ 153232-F
Fisioterapeuta, FMRP/USP
Doutora em Ciências Cardiovasculares, FMRP/USP
Especialista em Saúde da Mulher e Gestão Hospitalar
Professora Titular UNIP
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