A adolescência é o período de transição entre a fase infantil e a vida adulta. Inclui algumas grandes mudanças no corpo e na maneira como o jovem se relaciona com o mundo.
Muitos já passaram dessa fase e estão na vida adulta, outros chegarão em breve, mas o que sabemos que é uma fase nova na vida dos pais e dos próprios adolescentes.
Mudanças corporais, na voz, no estilo de se vestir e de se comportar fazem parte desse processo de mudança. A privacidade, tão desejada por eles, o pensamento preto no branco e as descobertas sexuais, bem como a vivência de novos amores também englobam esse novo ciclo que se inicia.
O texto dessa matéria é da psicóloga e apoiadora da Mapear, Ana Carla Missura da Silva.
Entendendo e superando a adolescência
A adolescência é uma fase marcada por transformações físicas, sociais e emocionais. Frente a tantas mudanças, como devemos nos portar? O que fazer para passar por essa fase sem grandes prejuízos? Vamos falar sobre isso.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a adolescência se refere ao período de 10 a 19 anos de cada indivíduo.
No que se diz respeito ao ponto de vista físico, as mudanças no corpo ficam mais aparentes a partir dos 12 anos, quando há uma grande transformação. Sob a percepção psicanalítica, existe um “luto” do corpo infantil, onde o corpo se modifica independente da vontade, o que causa desconforto e em alguns casos, revolta.
As mudanças sociais também são muito desafiadoras, afinal a adolescência é uma fase de afirmação de nós mesmos, por vezes, transitamos entres grupos diferentes até nos encontrarmos onde há maior identificação e aceitação entre todas as partes.
Nota-se também uma preocupação muito grande com a aparência nesta fase do desenvolvimento, fator relevante para aceitação de nós mesmos para o longo de nossa vida.
O fato de não ser sempre aceito como quer, pode causar revolta e esse sentimento deve ser compreendido pelos adultos como normal e transitório, afinal são muitos os questionamentos que cercam o adolescente, podem querer mudar de companhia sempre, seguir outras crenças religiosas, gostar de algo que não gostava antes, e tudo bem, essa fase também passa.
Quanto aos aspectos emocionais, talvez esses sejam os mais desafiadores da adolescência, pois o adolescente pode ser incompreendido e muitas vezes ser rotulado de chato, mal educado ou revoltado, mas na verdade, como já falamos por ser uma fase de transição, nem o próprio adolescente consegue se expressar da melhor forma, levando assim, a uma conclusão de identidade precipitada por ele mesmo ou pelas pessoas que o cercam.
Quanto aos pais ou responsáveis, devem ter calma e uma dose extra de paciência. Podem ouvir mais o adolescente, afim de que os compreenda e conheçam mais os gostos e preferências deles. A imposição de regras pode ser um fator negativo na convivência, sugiro diálogos e atividades conjuntas. Demonstre respeito pelo o que o adolescente acredita e tente mostrar o seu ponto de vista de pessoa adulta e por já ter superado esta fase de transição de uma forma positiva e que pode até servir de exemplo. Acredito que terão mais sucesso no contexto familiar e/ou social. O limite pode e deve existir, mas a forma com que esta regra é imposta, pode fazer toda a diferença no convívio e na aceitação por parte dos adolescentes.
Todas as fases da vida devem ser leves e tranquilas, por isso as conversas e trocas de experiências podem ajudar muito nos momentos de dúvidas, solidão e afirmação de nós mesmos. Ao menor sinal de sofrimento, devemos buscar ajuda de uma pessoa adulta de confiança ou um profissional que possa orientar o adolescente em seus questionamentos e ver perspectivas de que dias melhores virão e que todas as fases passam, inclusive as difíceis.
Ana Carla Missura da Silva
Psicóloga- CRP 06/118393
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