Recentemente a região fértil do Vale do Rio São Francisco, que abrange os estados de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, vem se destacando pela sua produção de frutas, hortaliças, uvas e vinhos desde a década de 70 e que, recentemente, vem se destacado também na produção de mel.
Grande parte deste sucesso na fruticultura daquela região se deve aos agricultores. Outro fator que se deve levar em consideração são os insetos polinizadores como abelhas africanizadas, abelhas nativas e mamangavas (abelhas do gênero Xylocopa), que respondem por boa parte da polinização dos cultivos e fornecem um serviço ambiental essencial, e gratuito para a fruticultura, e que podem estar sendo ameaçados por diversos tipos de agrotóxicos.
Segundo a pesquisadora Aline Candida Ribeiro Andrade e Silva, doutora em Entomologia e pesquisadora do Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Petrolina (PE), um problema que vem acontecendo na região com a mortandade das abelhas ou seu desaparecimento, é similar ao ocorrido nos Estados Unidos desde 2007, e vem se alastrando por todo o mundo.
Diante desses problemas, a pesquisadora coletou algumas amostras de espécies para análise, mas o resultado ainda não saiu. Porém, foram coletadas várias amostras de mel provenientes da região onde foram encontradas substâncias como fipronil, tiametoxam, dinotefuran, imidaclopride, nitenpiram, acetamiprode, tiacloprid e glifosato.
Embora os estudos ainda não foram concluídos, deve se destacar que o glifosato é considerado cancerígeno e letal. Se ele é cancerígeno do ponto de vista de inalação e toque (dermatogênico), imagine se for consumido. E que de acordo com a doutora Aline Candida, serve de alerta para os produtores de abelha.