O VISCONDE PARTIDO AO MEIO

Olá, leitores! Para quem não conhece, vou lhes apresentar um escritor italiano, cujo nome marcou o mundo e o fez ganhar o título de um dos mais importantes escritores do século XX. Falo, aqui, de Italo Calvino que, apesar de ter nascido em Cuba, tem pais italianos e sempre viveu na Itália. Foi um grande ativista, membro do Partido Comunista Italiano e resistente contra o fascismo durante a II Guerra Mundial.
Apesar de ter várias outras obras, a escolhida dessa coluna foi O visconde partido ao meio que, juntamente com O cavaleiro inexistente e O barão nas árvores, formam a trilogia Os nossos antepassados (para aqueles que quiserem se aventurar, não é necessário ler na ordem de publicação porque as histórias são independentes, tendo em comum o passado não tão distante).

O visconde Medardo di Terralba foi voluntário na guerra contra os turcos e, no campo de batalha, foi ferido por uma bala de canhão. Entretanto, o nobre (que não era tão beneficiado pela inteligência), não morreu, mas sim foi literalmente partido ao meio, ficando toda a sua maldade concentrada em um dos seus pedaços, enquanto a bondade ficou no outro lado.

Assim era seu lado direito que, não demora muito, passa a ser um tirano:

“Onde se ouvia o barulho dos cascos de seu cavalo, todos fugiam mais rápido do que quando passava Galateo, o leproso, e escondiam as crianças e os animais, e temiam pelas plantas, pois a maldade do visconde não poupava ninguém e podia desencadear-se de um momento para outro nas ações mais imprevistas e incompreensíveis.”

Quando todos acreditavam que seu lado esquerdo estava morto, este reaparece trazendo a bondade e ajuda tão necessitada. Sem maiores spoilers, muita coisa acontece e muitas emoções são trabalhadas no desenvolvimento da trama.

O livro todo tem um tom absurdo-fantástico-divertido, com muito senso de humor. Chega a um ponto em que o leitor percebe que o bem sem o mal é mera chatice e as coisas deixam de fazer sentido.
Leiam e assistam ao meu canal do youtube! Até a próxima.