Dores na Escápula

A crepitação palpável – e às vezes audível – da articulação escapulotorácica nem sempre deve ser considerada patológica. Trata-se de fato relativamente comum e, na maioria das vezes, indolor.

A síndrome do ressalto entre a escápula e o gradeado costal pode ser identificada em atletas que realizam movimentos de arremesso sobre a cabeça. Porém, alguns autores não encontraram qualquer relação direta dos sintomas com o tipo de trabalho realizado, com os esportes praticados ou com alterações de postura, relatando o diagnóstico mesmo em pacientes sedentários ou no membro não dominante.

Os pacientes geralmente se queixam de dor com o aumento de atividades que envolvem o ombro. Um dos achados mais consistentes é a crepitação ao movimentar a escápula. A inspeção no exame físico pode evidenciar assimetria escapular, sendo importante avaliar o peitoral menor, o trapézio e o elevador da escápula, com o intuito de detectar maior tensão destes músculos no lado afetado.

Existem várias bursas que repousam ao redor da escápula, que são causas potenciais de crepitação. Embora elastofibromas, osteocondromas e outros tumores sejam relatados como causas desta síndrome na região escapulotorácica, em muitas ocasiões não se identificam facilmente lesões ou tumores associados, e a causa pode ser dinâmica e relacionada a microtraumas por esforços repetitivos, bursites e variações anatômicas.

O tratamento do ressalto da escápula em geral é clínico e conservador. O tratamento conservador inclui uso de anti-inflamatórios, medidas analgésicas locais, uso judicioso de infiltração com corticosteroide e, principalmente, reabilitação muscular.

Nos casos em que não há melhora clínica em três a seis meses, pode ser considerado o tratamento cirúrgico. Quando um tumor é identificado, como o elastofibroma ou o osteocondroma, pode ser necessária a ressecção cirúrgica.