Você é o que você lê

Sou um amante da leitura. Desde que eu me embrenhei nas páginas dos livros, não desgrudei. O que posso fazer?… Sou da geração Harry Potter, aquela que trouxe de volta
a prática da leitura entre os jovens, quando nas rodas de conversas entre amigos, voltamos a se falar sobre as aventuras de dentro das páginas dos livros. E foi aí, então, que nos
tornamos aqueles que preferem ir a Saraiva do que ao PlayCenter.

Neste ano que passou, confesso que não li tanto quanto geralmente leio. Em parte, por conta das obrigações, em parte por conta das outras distrações, tantas outras, que não a
leitura.

Cada livro que lemos é um universo ue passa a existir em nosso repertório pessoal.
‘A noite do meu bem’, um registro temporal de Ruy Castro, foi um que li com um pé atrás e não me arrependo de dizer que gostei pra caramba: aprendi muito com ele. Afinal, saber
o que é uma catarreira para alguém que nasceu em 1993 é uma grande descoberta. Nojenta, mas uma descoberta.

Me aventurei também ao ler Laranja Mecânica, Sir Sherlock Holmes e Hamlet, leituras variadas que me surpreendem cada vez mais. Gosto dos livros de mistério e, sempre que leio, me fazem lembrar que gosto de livros de mistério, o que me leva, novamente, a ler livros de mistério.

Defendo a leitura como uma prática contra a ignorância. Qualquer leitura, desde Stephanie Mayer e seus vampiros adolescentes, aos best-sellers de Augusto Cury e Paulo Coelho, são
opções para embarcar no hábito da leitura, e aos poucos, amadurecer como leitor.

Em 2018, com a crise, algumas livrarias tiveram que fechar suas lojas físicas, para o desalento de nós, leitores apaixonados, que se sentiam no céu nestes ambientes. Por outro
lado, houve um projeto de leitura que também deu o que falar. Me refiro ao ‘Você é o que você lê’: um projeto de três escritores – Xico Sá, Maria Ribeiro e Gregório Duvivier – cujo intuito não é discutir literatura, mas sim incentivar o hábito da leitura.

A leitura obrigatória feita nas escolas é a maior crítica do grupo. Eles defendem que não é porque você nunca leu Macunaíma, Iracema ou Memórias de um Sargento de Milícias que você seja um mal leitor.

Ler é preciso, mas ler o que achar que seja adequado, bacana.
E você, quantos livros já leu este ano?