ON THE ROAD – Uma fantástica roadtrip

Mais um grande clássico na coluna de hoje! Jack Kerouac (1922 – 1969) é um grande representante do movimento beat. Para quem não sabe, a geração beat foi representada por um grupo de escritores e poetas norte-americanos no final da década de 50 e começo de 60. Esses artistas levavam um vida nômade (grande influência no movimento hippie) ou fundavam comunidades para viverem da arte e da contracultura. Esse movimento artístico/existencial resultou em estilos de vida alternativos, questionamentos à sociedade padronizada e à belíssimas obras de arte.

On the road – Pé na estrada, incendiou o sonho de milhares de mentes jovens que fervilhavam à procura de aventuras e descobertas. Largar o conforto do lar e cair no mundo, viajando de carona, conhecendo rostos estranhos e não possuindo ou sendo possuído por nada, essa era a meta do sonho jovem americano.

A história, que é uma autobiografia de Kerouac, conta as aventuras de Dean  Moriarty e Sal Paradise que caem na estrada e vivem alternativamente sem um porto seguro. Escrito em primeira pessoa, tem um ritmo frenético, com vários personagens, muita bebida e quilômetros de road-trip. O objetivo da juventude é cruzar os EUA de leste a oeste à procura de um sentido para a vida.

Essa obra foi editada algumas vezes e sofreu modificações por causa da censura da época. Como havia muita “liberdade de expressão” para tocar em assuntos como maconha, sexo, homossexualidade e álcool, o autor se viu obrigado a alterar algumas passagens (para a tristeza dos fãs e alegria dos puritanos).

Ainda conseguimos ver, com muita sutileza, os resquícios da obra original quando lemos com mais atenção algumas passagens: há uma certa obsessão de Sal por Dean – lembrando que Kerouac usou o nome de Sal para se representar na história e Dean era seu amigo e importante figura representante desse movimento, Neal Cassady. Cassady, na vida real, era bissexual e embora isso não seja falado no livro, há partes em que podemos notar um sutil interesse de Sal por Dean.

Por que ler? Um livro apaixonado pela vida, pela descoberta, pela liberdade. Um livro que contagia e nos faz questionar o tipo de vida que escolhemos.

“[…] Para mim, pessoas mesmo são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais falam chavões, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de artifício explodindo como constelações… […]”
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