A atenção, estímulo poderoso

São causas da desatenção a ociosidade mental, o hábito de perder-se em abstrações estéreis e a falta de ideia clara a respeito da responsabilidade que se impõe na condução da vida.

Revela falta de atividade mental consciente. O homem que não pensa vive geralmente distraído, cooperando com isso para seu empobrecimento moral e espiritual.

Esta é uma propensão particularmente negativa, porquanto intercepta o normal desenvolvimento das atividades ou atuações diárias, sendo evidente que quem não procura destruí-la a tempo termina por sentir seus efeitos de forma acentuada, sendo continuadamente perseguido por percalços, contratempos ou outras situações ingratas.

A desatenção pode tirar defesas do homem, já que subtrai da observação múltiplos detalhes, importantíssimos quando se trata de tomar uma resolução, formar um juízo, extrair uma conclusão, decidir uma conduta, etc. Além disso, o ser que não está atento a tudo quanto ocorre em torno dele ou no mundo, costuma acolher com temerária ingenuidade qualquer versão que escute, sem prevenir-se contra seus riscos.

Nada construtivo poderá fazer em sua vida quem passa a maior parte do tempo sem consciência da realidade que interpenetra seu ser e move os fios de sua existência individual.

A atenção é sinal de consciência 

A atenção a tudo o que se faz, a todo acontecimento da vida, não somente é fator de atividade, mas também estímulo poderoso para o desenvolvimento amplo das aptidões. Se a isso se soma a atenção requerida pelo processo de evolução consciente, que cada ser humano deve realizar para conhecer a si mesmo e a realidade cósmica que o rodeia, assegurar-se-á o concurso permanente da consciência, que é, definitivamente, a que deve reger o mecanismo da atenção.

Extraído do Livro Deficiências e Propensões do Ser Humano, pág. 192