Amazônia e o berço das águas

A Amazônia brasileira detém a maior quantidade de água doce de nosso país, ou seja, cerca de 73% de toda a vazão hídrica se concentra naquela região. Embora seja uma região rica em recursos hídricos, possui uma grande deficiência de saneamento básico: os 771 municípios daquela região estão entre os piores do país nesse item.

Dentro da Amazônia legal, que contempla os estados que fazem parte da bacia amazônica, 60% das residências são atendidas com rede geral de água, mas já o resto do país apresenta uma média em torno de 82,7%. Naquela região cerca de 24,6% das residências dependem de poços ou nascentes de águas, e 13,2% dependem de outras formas para obter água como lagos, açudes ou caminhão pipa. Devido a estas fontes alternativas de abastecimento de água, aquela região apresenta alto índice de doenças causadas pela ingestão de água de má qualidade ou contaminadas, podendo tomar como exemplo o estado do Acre, que possui a maior incidência de Hepatite A do país: cerca de 69 casos por 100 mil habitantes. Já o Maranhão é o estado que mais apresenta casos de internações por amebíase: cerca de 32 casos para 100 mil habitantes.

A coleta de esgoto da região é muito precária, favorecendo assim a proliferação dessas doenças: apresenta uma coleta abaixo da média nacional, com cerca de 14,6% na Amazônia e na média do Brasil apresenta em torno de 38,7%%. A principal fonte de descarte é a fossa rudimentar, que atualmente está presente em cerca de 49,2% dos municípios daquela região. Os estados de Rondônia e Amapá estão entre os piores na coleta de esgoto, com cerca de 6% apenas é coletado.

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