Aeróbico em Jejum?? Cuidado

Não é de hoje que o treinamento aeróbio em jejum vem sendo utilizado tanto por “blogueiros e amadores” que se transvestem de Coachs (kkk) quanto por profissionais da área da saúde. Independente de onde venha a brilhante ideia, a promessa é sempre a mesma: potencializar o emagrecimento através da oxidação da gordura.
No entanto, apesar de toda essa “febre” o aeróbio em jejum não possui, praticamente, nenhum suporte científico que justifique sua prática. Na verdade, estudo de revisão sistemática e meta-análise recentemente publicado por HACKETT e HAGSTROM (2017) mostrou que a prática pode, na verdade, trazer mais malefícios do que benefícios. Veja algumas dos pontos observados pelos autores :

 Exercício em jejum, quando comparado ao exercício alimentado, resulta perda significativamente maior de proteína muscular, o que pode levar a prejuízos na massa magra se essa prática for realizada de forma regular;

O consumo de alimentos antes do exercício aumenta o efeito térmico da sessão, levando a um maior gasto energético pós-exercício comparado ao exercício em jejum. Isso sugere que treinar “alimentado” pode ser mais eficaz para perda de peso em comparação com o exercício em jejum;

A realização de exercício em jejum não influenciou a perda de peso nem alterações na massa magra e gorda. Esses achados corroboram a ideia de que a perda de peso e a perda de gordura têm maior probabilidade de serem aumentadas por meio da criação de um balanço calórico negativo ao longo de um período, em vez de se exercitar em jejum.

 E antes que começe o mimimi, lembre-se: ideologia é diferente de ciência. Além disso, o “eu acho”, “eu sinto” e o velho e bom “para mim funcionou mesmo sem qualquer evidência científica” não são argumentos plausíveis para aplicar isso em seus clientes e/ou alunos. Seja responsável !

Fonte:
Hackett D, Hagstrom AD. Effect of Overnight Fasted Exercise on Weight Loss and Body Composition: A Systematic Review and Meta-Analysis J. Funct. Morphol. Kinesiol. 2017, 2(4), 43.