Carlos Ruiz Zafon e a facilidade em brincar com a Leitura

Um dia, passeando por aí, encontrei um livro cuja capa mostrava uma menina de costas, caminhando em direção ao nada, com um urso de pelúcia na mão. Trajava uma longa camisola branca e tinha um nome: Marina. Ele (o livro) estava em uma seção de livros com grandes descontos e o autor era, até então, um desconhecido nome espanhol. Foi assim que Carlos Ruiz Zafon entrou na minha vida e na seleção dos meus queridinhos.

Marina, livro de difícil definição, é um suspense/terror/fantasia/aventura/infanto-juvenil/adulto/de tudo um pouco, conta a história da personagem com o mesmo nome que o título e de Óscar Drai, um menino de 15 anos. Em Barcelona (as descrições da cidade são de tirar o fôlego), num antigo casarão aparentemente abandonado, uma aventura se inicia: um objeto roubado, um olhar intrigante, uma bela música e um cemitério em que uma mulher coberta por um manto negro visita uma sepultura sem nome, sempre na mesma data e na mesma hora.

Uma narrativa detalhada, envolvente e que nos faz passar noites em claro, presos ao livro, faz dessa obra uma experiência mais que prazerosa. Não consigo ver uma tentativa em dar ao leitor uma lição de moral ou levantar grandes questões psicológicas ou filosóficas. Pelo contrário, o deleite em ler Zafon está na simplicidade e dança lúdica das palavras. A beleza da literatura em si. A forma como o autor consegue brincar com todos os gêneros literários (é impressionante a facilidade em que ele passa de uma cena romântica para um episódio de terror, ou de suspense para a comédia) em um só texto, o faz ser único e, apesar de tudo, doce.

Marina é um livro único e feito com muita sensibilidade e experiência com a escrita. Inesquecível é um adjetivo facilmente empregado para descrever a obra. Leiam e divirtam-se!

Abaixo, meu canal com o vídeo no youtube. Até a próxima!