Era Digital – Primeira Geração

A galera da minha geração se cansou de ouvir que somos da Geração Digital, pois desde pequenos convivíamos com as novidades tecnológicas que a nova década estava oferecendo, com o surgimento de computadores pessoais e telefones portáteis.

Era o máximo ter monitores tubos, movimentar mouses que abriam as portas para a comunicação com o mundo. Dizer ‘surfar na internet’ confundia a cabeça de nossos avós que não entendiam a audácia de nossos pais, que nos deixavam, ainda tão crianças, usar tais ferramentas.

Um fato que muitos ainda se lembram, é que, enquanto se usava a linha telefônica para conexão de acesso à internet, as outras pessoas da casa ficavam sem poder usar o telefone, motivo de discórdia.

No círculo dos já conectados (já que a internet não era para todos, infelizmente) havia troca de e-mails da pioneira UOL (que mandava por carta o CD de instalação grátis), os primeiros campeonatos de jogos online, e ainda era necessário escrever www; ponto com ponto br; porque somente assim o Internet Explorer identificava o site.

Já os jovens da época da minha irmã, esperavam acordados até meia noite de sábado para poder ‘navegar’ na internet de graça, conectando-se ao ICQ, avô do Messenger (MSN para os mais íntimos), este sim fez parte da minha juventude, e que também está aposentado.

As mensagens e vídeos interessantes que hoje recebemos por WhatsApp, eram todas repassadas por email, que tinha sua caixa de entrada limitada, mas isso, antes do Gmail.

Este tempo de inovações, foi também o da febre dos ‘’bichinhos virtuais’’ Tamagoshis, e dos jogos de videogame Atari e Nintendo, com jogos que para passar de fase era necessário ter inteligência e habilidade, e os palpites dos amigos, também fanáticos, eram valiosas, já que as raras revistas que traziam dicas de jogos só eram encontradas fora de São José.

Minha geração viu o princípio de uma revolução, que não terá um fim.

Aliás quando foi que paramos de evoluir? Nunca.