Bate Bola Março 2017

Escrevo em 23/02 após o polêmico clássico Corinthians 1×0 Palmeiras, com presença rio-pardense no quarteto da arbitragem. O provérbio popular “santo de casa não faz milagre” é bem conhecido e tem sua origem na Bíblia quando Jesus disse que “o profeta não é reconhecido em sua própria terra”. Para mim este provérbio é o mesmo que afirmar “a grama do vizinho sempre é mais verde”.

É impressionante como há rio-pardenses que literalmente “torcem contra” rio-pardenses com destaque no cenário estadual ou federal. Foi assim com Cleber Wellington Abade: árbitro da CBF de 1999 a 2011, apitou 109 jogos pelo Brasileirão, três finais de Paulistão, último jogo do antigo Parque Antártica, pelo menos três seletivas para árbitro FIFA, etc. e mesmo assim haviam muitas críticas (na maioria infundadas) pelo seu desempenho. Oras, qual rio-pardense na história de S.J.Rio Pardo/SP chegou tão longe na arbitragem brasileira?

“Aposentado” dos gramados em jogos oficiais por limitação de idade, Cleber Abade tem um sucessor: Alessandro Darcie (Guri). Obviamente que na vida os fatos negativos geralmente “dão mais Ibope” do que as qualidades das pessoas. Não estou generalizando, mas as críticas de conterrâneos (e a maioria dos críticos são pessoas esclarecidas!!!) são demasiadas.

Árbitro da Federação Paulista de Futebol desde 2004, aos 39 anos Guri segue atuando como árbitro (ou quarto árbitro) em jogos do Paulistão das séries A-1, A-2 e A-3. No atual Paulistão foi o juiz principal de 3 partidas e ano passado arbitrou 7 jogos da elite do futebol paulista. Mesmo assim, as críticas (passíveis para a arbitragem brasileira que há anos não vive um bom momento) são demais dos rio-pardenses, que, em minha visão, deveriam apoiá-lo e/ou orgulhar de sua condição de integrar a elite da arbitragem paulista.

 

As pessoas custam a serem reconhecidas na sua própria terra e, às vezes, são mais valorizadas fora do município onde moram. E não é só com árbitros: isto ocorre com atletas, ex-atletas (tivemos até um rio-pardense que jogou pelo Brasil numa Copa do Mundo), técnicos e integrantes de comissões técnicas (até ano passado, um rio-pardense era o fisioterapeuta da Seleção de Dunga). E também não é só no futebol…

Tudo isto pode ser inveja? Ou falta de reconhecimento?