Matou o Pai e Casou com a Mãe

Édipo era filho de Jocasta e de Laio, rei de Tebas. Levado pela curiosidade de recém-casado, Laio foi procurar o oráculo de Delfos para lhe indagar a respeito da felicidade naquele casamento. O oráculo lhe informou:

– Tenho para você uma notícia boa e outra ruim. Qual quer ouvir primeiro?

– A boa, decidiu Laio.

– Vocês terão um filho.

– Ótimo! E qual a ruim?

–   Esse filho te matará!!!

Assim que a criança nasceu, Laio entregou-a a um membro de sua guarda, dando-lhe ordens expressas que a matasse.

Casualmente um pastor de rebanhos de Políbio, rei de Corinto, levou seus animais a pastar naquele monte. Ouviu gritos e encontrou a criança dependurada. Desatou-lhe os nós e levou-a para Corinto.

Édipo foi durante anos tratado como filho da rainha e querendo saber mais a respeito de seu passado, porque com certeza, a tal rainha lhe ocultou a verdade e procurou enrolá-lo de todas as maneiras e por muito tempo.

Édipo se encheu de brios e também foi em busca do oráculo:

– Matarás o teu pai e te casarás com tua mãe!

O rapaz nem voltou ao palácio. No caminho, um desconhecido ordenou-lhe que saísse da estrada para deixá-lo passar. Édipo resolveu enfrentar o desconhecido, que ameaçou dar-lhe uma boa tunda. Nem houve tempo de uma boa tunda: Édipo matou-o com um golpe de espada!

Não me venha dizer que você não desconfiou que aquele estranho era Laio, o verdadeiro pai!

Édipo nem de longe imaginou que havia matado o pai e foi para Tebas, cidade em alvoroço por causa de um monstro – a Esfinge, que devorava quem não lhe acertasse as perguntas.

Encurtando a história, Édipo se propõe enfrentar a Esfinge, que lhe faz uma pergunta muito difícil:

– Qual o animal que de manhã anda com quatro patas, ao meio-dia com duas e à noite com três?

Édipo, afiadíssimo como um candidato a Faculdade séria, nem piscou:

– O tal animal é o homem, que na manhã da vida engatinha, no meio-dia da vida anda com os dois pés e na noite da vida precisa de uma bengala!

A Esfinge se espatifou contra um rochedo e Édipo foi coroado rei e, ipso facto, declarado marido da rainha Jocasta!

Um flagelo se abateu sobre Tebas, porque a morte de Laio (ainda não se esqueceu dele, né?) não tinha sido vingada. Aí o sagaz adivinho Tirésias descobre que o assassino do rei tinha sido o próprio Édipo!!!

Jocasta, que não devia ter nenhuma queixa do comportamento de Édipo, um garotinho legal, não suporta aquela verdade tão dura e se enforca.

Édipo, arrasado com as trapaças do destino, julga-se indigno de enxergar a luz do sol e fura os próprios olhos.

Dramalhão, não?

1 COMENTÁRIO

Comments are closed.