Entre mortos e felizes salvaram-se todos

Modéstia à parte, mas estas crônicas têm conseguido juntar personagens que dificilmente se encontrariam em outras situações. Uma boa razão para elas existirem, encontros ilustres.

Hector Babenco, argentino naturalizado brasileiro e diretor reconhecido internacionalmente por seu filme Carandiru, mês passado morreu, mas com certeza, será sempre lembrado por retratar em seus filmes, temas sociais profundos. Transitando entre documentário e ficção, onde não é tudo verdade como também não é tudo mentira, Babenco mostra a dura realidade em histórias como a de Carandiru e a de Pixote, que marcou época com a famosa cena de Marília Pêra.

Babenco já dirigiu também a dupla da pesada Meryl Streep e Jack Nicholson, em Ironweed que, segundo a crítica, é um dos filmes mais honestos do mundo.

Ainda no mês passado, foi lançado Felicidade ou Morte, título do novo livro de Clóvis de Barros Filho e Leandro Karnal. Esta dupla fez uma ótima palestra sobre o tema no programa Café Filosófico Especial, que pode ser facilmente achado na internet. Nela, falam sobre o constante desejo de felicidade, e como este conceito varia no tempo de cada indivíduo, em cada época e nas diferentes sociedades. Pontuar o que nos faz feliz é elevar o nosso índice de felicidade, o contrário disso é a morte. E questionam se, sendo livres para escolher entre tantas possibilidades, estamos de fato mais próximos desse ideal.

Ainda não comprei o livro, está esgotado, mas senti a emoção dos palestrantes ao assistir o vídeo.

Certo é que, o filósofo Clóvis, e o historiador Karnal vem atraindo um grande público para suas palestras, e são reconhecidamente dois dos melhores intelectuais brasileiros da atualidade. É ver para crer.

Perdemos Babenco que nos chocava com cenas da dura realidade, com a dupla Clóvis & Karnal, temos mais uma oportunidade de cultivar (ou pontuar)  a esperança da felicidade.