Pais e Filhos não são iguais

Aquelas pessoas que hoje têm em torno de 35 anos e os que possuem mais tiveram, sem dúvida alguma, uma educação centrada no respeito e na obediência aos seus pais. E este modelo de educação tinha nos pais o centro pela qual se movia a família. Bastava um olhar para entender o recado: quando tinha visitas, aparecer na sala somente para cumprimentar os visitantes.
E aí vieram os filhos dos filhos, que tiveram este tipo de educação e, alguns, se não a maioria, resolveu que agora tudo seria diferente. Não trataria os seus filhos da mesma forma que os seus pais o trataram.
Seriam mais democráticos, dariam maiores liberdades, enfim, seriam mais “amigos” dos seus filhos.
E para reforçar esta “nova forma” de educação, os psicólogos, psicanalistas, psicoterapeutas defenderam a teoria de que os filhos precisavam de maior liberdade para encontrar o melhor caminho, terem as suas próprias experiências, que a educação não fosse repressora e que, em casa, houvesse maior diálogo e a oportunidade do confronto de ideias.
Grande parte destes que defenderam
esta teoria, após uma reflexão do que aconteceu com a sociedade, viu que houve um erro de rota e que o barco estava afundando num mar em que os principaisvalores que o sustentavam, como respeito, verdade, dignidade, honra, amor e ética, deixaram de manter este barco na superfície.
Ao procurar diminuir as diferenças, pregou- se a necessidade de que pais e filhos precisavam ser amigos, esquecendo-se de que os filhos precisavam era de alguém muito mais do que amigo, precisavam de referência para as suas vidas.
Amigos os jovens têm na escola e na rua.
Enquanto que, em casa, eles precisam de referenciais, para que possam ter um norte a seguir quando estiverem na rua.
E é aí que a frase “Os pais precisam ser pais para que os filhos possam ser filhos”, possui uma importância fundamental no estudo deste princípio.
Tal afirmação não deseja pregar o autoritarismo no relacionamento entre pais e filhos – ao contrário, quer é que os pais exerçam a sua autoridade tendo sempre em mente que a harmonia deve estar centrada no que somos “Amor-Exigente”.
E quando os pais estão cientes do papel que devem exercer em seus lares, buscando a harmonia, o respeito, a confiança, os deveres, os limites e as obrigações de cada membro da família, estarão exercendo o seu papel com dignidade e contribuindo para que os seus filhos tenham estes mesmos valores quando tiverem a sua própria família.
Quando os papéis de pais e filhos são entendidos como complementares um ao outro – não como opostos -, as diferenças que existem complementam, acrescentam, para que cada um possa ter o seu lugar bem definido.
E, neste entendimento familiar mútuo, o fato de pais e filhos não serem iguais pode ser entendido como soma, partilha e não como confronto.
Enquanto pais, precisamos dar condições para o aprendizado dos nossos filhos com a mesma energia para deixá-los assumirem as responsabilidades dos atos que tomarem.
E o aprendizado que este princípio deixa para os pais é a busca diária da honestidade como fator preponderante como base nas relações no lar.
Como pais e não como super-homens não têm uma resposta para tudo, mas vamos buscá-la tendo valores espirituais como fonte para nutrir nossas relações com os nossos filhos, propiciando-lhes condições de crescimento para que ocupem seu lugar no mundo da melhor forma possível.
Tenha sempre em mente: Se você não for a referência ou um modelo para os seus filhos, os amigos da rua poderão ocupar este espaço. Querendo ser amigo, por vezes esquecemos de ser pais.